sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017



A Religião como Ficção




- A fé é uma resposta instintiva a aspectos da existência que não podemos explicar de outro modo, seja o vazio moral que percebemos no universo, a certeza da morte, a própria origem das coisas, o sentido da nossa vida ou a ausência dele.


São aspectos elementares e de extrema simplicidade, mas as nossas limitações impedem-nos de responder de modo inequívoco a essas perguntas e por isso geramos, como defesa, uma resposta emocional. É simples e pura biologia.

 
- Então, a seu ver, todas as crenças ou ideais não passariam de uma ficção.

 
- Toda a interpretação ou observação da realidade o é necessariamente. Neste caso, o problema reside no fato de o homem ser um animal moral abandonado num universo amoral e condenado a uma existência finita e sem outro significado que não seja perpetuar o ciclo natural da espécie. É impossível sobreviver num estado prolongado de realidade, pelo menos para o ser humano.

Passamos uma boa parte das nossas vidas a sonhar, sobretudo quando estamos acordados. Como digo, pura biologia. 

Carlos Ruiz Zafón
Escritor  nascido em 1964,
na Espanha


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Sábia Indecisão

Muito Mais Que Um Grupo de Teatro 


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