Divertimento Enganador
Os homens, tendo podido
curar-se da morte, da miséria, da ignorância, lembraram-se, para se tornarem
felizes, de não pensar nisso.
Foi tudo quanto inventaram para
se consolarem de tão poucos males. Consolação riquíssima. Não se dirige a curar
o mal. Esconde-o por um pouco.
Escondendo-o, faz com que se pense em curá-lo.
Por uma legítima desordem da natureza do homem, não se acha que o tédio, que é
o seu mal mais sensível, seja o seu maior bem.
Pode contribuir mais do que
qualquer outra coisa para lhe fazer procurar a sua cura. Eis tudo. O
divertimento, que ele olha como o seu maior bem, é o seu ínfimo mal.
Aproxima-o, mais do que todas as outras
coisas, de procurar o remédio para os seus males. Um e outro são contraprova da
miséria, da corrupção do homem, exceto da sua grandeza.
O homem aborrece-se, procura
aquela multidão de ocupações. Tem a ideia da felicidade que conquistou;
felicidade que, encontrando em si, procura nas coisas exteriores. Contenta-se.
Isidore de Lautréamont
Poeta, nascido no
Uruguai, em 1846
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Sábia
Indecisão
Muito Mais Que Um Grupo de Teatro
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