quinta-feira, 6 de abril de 2017

6 de abril,
Aniversário de Márcia

A autora analisa o universo televisivo e discute as relações entre pensamento reflexivo e imagem - Foto: Rubens Chaves

Conhecer para quê?

Que pensar nos faz sofrer pode até ser verdade. Tanto quanto pode ser verdade que pensar pode ser um prazer imenso.
Quem se ocupa em conhecer a si mesmo e ao mundo sabe que fará a experiência de prazer e desprazer nesta viagem. Os gregos tinham a idéia do phármakon, remédio e veneno ao mesmo tempo, para explicar a dialética da vida. Ela se aplica ao conhecimento. Podemos sofrer com ele e, do mesmo modo, alegrarmo-nos. 

A melancolia antiga é ancestral direta da nossa depressão. O excesso de depressão nos dias de hoje não deixa de ter relação com a sociedade do conhecimento e da informação em que vivemos. Queremos resolver tudo pelo conhecimento, mas esquecemos de pensar que o conhecimento é uma saída que deve servir a algo mais do que o mero progresso da ciência.
O conhecimento como potencial de saída da infelicidade, mesmo que tenha nascido dela. Se alguém busca conhecer a si é porque deve pretender com isso ser feliz. Ser feliz é mais ético e mais bonito do que apenas buscar a si mesmo como uma verdade absoluta.
Sobre esta verdade de si ninguém tem garantia. A verdade não deve ser uma ilusão da resposta, mas a busca. 
Márcia Tiburi 
Artista plástica, professora de filosofia e escritora, que nasceu em Vacaria, RS
 no dia 6 de abril de 1970.
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