quarta-feira, 6 de dezembro de 2017



Vida Eterna,
Motivo Para Inquietações

Dia desses, ao acordar, pensei na morte. Não na inevitável morte, angústia de quem vive, como diz Vinícius. Pensei na minha morte que será inevitável, por isso não me angustiei, até porque quando se dá muitos passos vida adentro é normal se pensar no desenlace. Talvez uma forma sutil de se preparar para a partida.

Mas se a idéia da morte não tem trazido inquietações, a possibilidade da vida eterna me traz angústia e foi nisso que pensei, o viver eternamente - aqui ou em outra dimensão. Seria insuportável viver a eternidade, como matéria ou como ser etéreo, vagando infinito adentro.
  
Para que? Qual o significado de uma vida eterna? Se a morte não me angustia, a perenidade me causa profunda inquietação e, acredite, não é medo de um suposto julgamento no tal Juízo Final, muito menos a possibilidade de reencarnação para purgar os erros aqui cometidos. Que são inúmeros, dos quais pouco me arrependo, pois vim ao mundo para cometer erros, como vim para acertar, vez ou outra, e como a vida não é uma equação matemática, nunca me preocupei em contabilizá-los.
  
Em suma, hoje, ao acordar pensei na minha morte, ou melhor, pensei na hipótese de viver um tediosa vida eterna, inquietante, porque prefiro voltar a ser somente pó.


Jorge Nicoli

4.

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