segunda-feira, 2 de abril de 2018



Fanatismo


Minh'alma, de sonhar te,  anda perdida, meus olhos andam cegos de te ver! Não és sequer razão de meu viver, pois que tu és já toda a minha vida!
 Não vejo nada assim enlouquecida...Passo no mundo, meu Amor, a ler no misterioso livro do teu ser a mesma história tantas vezes lida!

Tudo no mundo é frágil, tudo passa...Quando me dizem isto, toda a graça duma boca divina fala em mim! E, olhos postos em ti, vivo de rastros: "Ah! Podem voar mundos, morrer astros, que tu és como Deus: princípio e fim!..."


Florbela Espanca, poetisa, bascida em Portugal em 1894


(poesia musicada por Fagner)

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