segunda-feira, 10 de agosto de 2015


A Poesia de Ontem

Dia dos Pais

A boca se cala os olhos se fecham,
cortadas as línguas,
as retinas arrancadas,
decepam as mãos
e as pernas quebradas.

A serpente deposita seus ovos
nos porões da mansão em ruínas.
As aves de rapina sobrevoam os campos
invadidos pelos famintos de pão.
Os soldados à paisana marcham
comandados  pelo controle remoto
O jardim é dizimado, a primavera abortada
nos céus os azuis se tornam sombrios
e o cristo redentor se ajoelha
para pedir perdão.
O espírito santo fecunda a cortesã
e o monstro disforme é gerado.

No plasma o coro de atores barrocos
anuncia o nascimento de um novo tempo,
onde a paz só será quebrada
pelos gritos angustiantes dos encarcerados

Nas ruas as mães recontam a história
e os pais contam os filhos mortos.

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Sopa de Cebola

O Boletim de Arte e Cultura


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