A Poesia de Ontem
Dia dos Pais
A boca se cala os olhos se fecham,
cortadas as línguas,
as retinas arrancadas,
decepam as mãos
e as pernas quebradas.
A serpente deposita seus ovos
nos porões da mansão em ruínas.
As aves de rapina sobrevoam os campos
invadidos pelos famintos de pão.
Os soldados à paisana marcham
comandados pelo controle remoto
O jardim é dizimado, a primavera abortada
nos céus os azuis se tornam sombrios
e o cristo redentor se ajoelha
para pedir perdão.
O espírito santo fecunda a cortesã
e o monstro disforme é gerado.
No plasma o coro de atores barrocos
anuncia o nascimento de um novo tempo,
onde a paz só será quebrada
pelos gritos angustiantes dos encarcerados
Nas ruas as mães recontam a história
e os pais contam os filhos mortos.
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Sopa de Cebola
O Boletim de Arte e Cultura
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