domingo, 9 de agosto de 2015


Um Dia dos Pais

Saudade, uma palavra pouco cultuada por mim. Um amigo diz que a maior solitário é aquele que não sente saudade.

Sempre fui um grande solitário, mesmo acompanhado. Sabe, era o medo de sentir saudade, pois isso significaria se envolver. Me confessar apaixonado me causava medo.

Mas domingo pensei em você, no seu sorriso, na sua voz, no seu olhar, no seu jeito, na sua presença. Senti sua falta e alguma coisa no peito.

Um aperto. Era dia dos pais, aí lembrei do meu. Ele se foi há muito tempo Perda de poucas lembranças e nenhuma saudade. De novo, um aperto, algumas lágrimas teimando em rolar rosto afora.

Percebi então que tinha me encontrado com a saudade. Um encontro um pouco dolorido, mas é uma dor que passa e a solidão que se vai. A saudade, sem pedir licença, se alojando em mim. Neste domingo abracei meu pai e me deitei no seu colo. Perdi o medo de me apaixonar por você.

Jorge Nicoli

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