Tornamo-nos mais objetivos
depois de reconhecermos a nossa subjetividade
Toda a arte da psicologia ou da
ciência da psicologia, se lhe quisermos chamar assim, é baseada numa inversão
do processo de objetividade.
Não que não possamos tornar-nos
objetivos, mas que apenas possamos tornar-nos objetivos depois de
termos confrontado as nossas atitudes não objetivas, as nossas atitudes não
racionais.
Atingir uma objetividade honesta
significa termos de saber quais os pontos da nossa natureza que são propensos a
determinado preconceito, que parte de nós é defensiva, que parte de nós
distorce o que ouvimos.
E é necessária uma tremenda
auto-honestidade para começar a remover essas distorções e a clarificar a nossa
visão. De modo que só podemos atingir a objetividade depois de termos
descoberto quais as áreas da nossa psique que não são objetivas.
Além disso, o reconhecimento básico
da psicologia é que, lá bem no íntimo, a maior parte da nossa vida é
desconhecida da mente consciente e que, quanto mais nos tornamos consciente
dela, mais honestos e mais objetivos nos podemos tornar.
Nós não vemos os outros com clareza,
e o que obscurece a nossa visão são os preconceitos que a pessoa supostamente
objetiva se recusa a reconhecer.
Uma pessoa objetiva diria que não é
responsável pela guerra, mas uma pessoa que sabe psicologia sabe que cada um de
nós é responsável porque cada um de nós tem sempre uma área de hostilidade, que
depois é projetada para hostilidades coletivas mais vastas.
Anais
Nin,
1903/1977
escritora, nascida nos EUA
escritora, nascida nos EUA
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