Existir eficazmente
Esta necessidade de estar só, de não sentir que te
pedem seja o que for, que te separam de ti próprio.
Este horror a que tenham o mínimo direito sobre ti,
de que te façam sentir... Esta evidente impertinência dos outros, quando
esperam qualquer coisa, quando take for granted alguma coisa de ti.
ornas-te de súbito distante, apagas-te, ficas rígido, repeles. Incapaz de dizer uma boa palavra. Pões ponto final e afastas-te.
Rancor contra aqueles que tiveste
de eliminar dessa maneira e que, por piedade, por espírito de sacrifício, tens
de voltar a aceitar.
A saúde interior que dão a profissão político-moral
e o contato com as massas não é diferente da que provém de qualquer ocupação,
de qualquer atividade a que um homem se consagre.
Quando escreves e te entregas inteiramente à tua
arte, sentes-te sereno, equilibrado, feliz.
E se tudo for apenas saúde,
existir eficazmente? Que dirás no momento da morte?
Cesare Pavese,
1908/1950
Escritor nascido na
Itália
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Tel. 3157 8910
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