Memórias da Televisão
Vamos
divagar para lembrar, por exemplo, como os programas da nossa televisão tinham
um pouco de inteligência e sensibilidade. Claro qie havia um ou outro sem nada
disso, porém eram produzidos sem a bendita preocupação com o ibope.
Mesmo
naqueles tempos sombrios da ditadura militar, se conseguia assistir ao Grande
Teatro Tupi, que apresentava textos de qualidade e atores de gabarito, em
contrapartida se via os digestivos Almoço com as Estrelas e o Clube dos
Artistas, com Airton e Lolita Rodrigues.,
Tempos
que se ria muito com o Bronco, o Gordon, na Família Trappo, se dovertia com o Chacrinha balançando a pança, atirando bacalhau para a
platéia e chamando a Terezinha. Uma época em que a inteligência ainda habitava
as novelas, no Roque Santeiro, no Bem Amado, na Saramandaia, no Beto
Rockefeller, - a primeira novela a fazer merchandising, um anti ácido -, Irmãos
Coragem, o rock da Fábrica do Som, com Tadeu Jungle, os programas esportivos
com João Saldanha e Nélson Rodrigues, na Grande Resenha Facit – máquina de
escrever e de somar - e a própria transmissão esportiva com Walter Abraão,
Mario Moraes, Paulo Planet Buarque, Raul
Tabajara, Geraldo Bretas, reportagem de Sílvio Luiz.
Tempos
em que os jogos da seleção brasileira eram transmitidos como se fosse uma
festa, em que o País parava para ver os craques vestindo a amarelinha – na
imaginação pois na telinha era o preto e o branco - , e que os fãs da nobre
arte se deliciavam com as eternas “lutas do século” e que havia um mínimo de
seriedade nos noticiários.
Embora
tudo muito precário, mas existyia a
empatia entre aquela gente do outro lado da tela e nós , deste lado de cá
e mesmos os programas mais prosaicos,
como os de calouros nos convidavam a ver, Pagano Sobrinho, o colorido e
histriônico Edson Bolinha Cury, mais o Chacrinha, comandavam um desfile de alguns talentosos e outro nem tanto.
E,
não raro, a televisão mostrava talentos vindos de fora, lá do norte da Américas
e de além mar e nós, embevecidos, víamos
e ouvimos Nico Fidenco, Pepino Di Capri, Rita Pavone, Johny Mathis, Charles
Aznavour, Gianni Morandi, entre outros..
Tudo
isso, sem contar com os “enlatados” americanos, Os Invasores – genial -,
Bonanza, O Fugitivo, Os Intocáveis, o fantástico Agente 86.
Claro
que a história da televisão vai muito além destas atrações, porém, mais uma
vez, estamos aqui para aguçar a curiosidade e a lembrança do amigo navegante.
=
Chacrinha
Edson Bolinha Cury
Lolita e Airton Rodrigues
João Saldanha e Nélson Ridrigues
=Os Invasores
David Jansen, O Fugitivo
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SOPA DE CEBOLA
Boletim de Arte e
Cultura
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