segunda-feira, 4 de julho de 2016



Memórias da Televisão

Vamos divagar para lembrar, por exemplo, como os programas da nossa televisão tinham um pouco de inteligência e sensibilidade. Claro qie havia um ou outro sem nada disso, porém eram produzidos sem a bendita preocupação com o ibope.

Mesmo naqueles tempos sombrios da ditadura militar, se conseguia assistir ao Grande Teatro Tupi, que apresentava textos de qualidade e atores de gabarito, em contrapartida se via os digestivos Almoço com as Estrelas e o Clube dos Artistas, com Airton e Lolita Rodrigues.,

Tempos que se ria muito com o Bronco, o Gordon, na Família Trappo,  se dovertia com o Chacrinha  balançando a pança, atirando bacalhau para a platéia e chamando a Terezinha. Uma época em que a inteligência ainda habitava as novelas, no Roque Santeiro, no Bem Amado, na Saramandaia, no Beto Rockefeller, - a primeira novela a fazer merchandising, um anti ácido -, Irmãos Coragem, o rock da Fábrica do Som, com Tadeu Jungle, os programas esportivos com João Saldanha e Nélson Rodrigues, na Grande Resenha Facit – máquina de escrever e de somar - e a própria transmissão esportiva com Walter Abraão, Mario Moraes, Paulo Planet Buarque,  Raul Tabajara, Geraldo Bretas, reportagem de Sílvio Luiz.

Tempos em que os jogos da seleção brasileira eram transmitidos como se fosse uma festa, em que o País parava para ver os craques vestindo a amarelinha – na imaginação pois na telinha era o preto e o branco - , e que os fãs da nobre arte se deliciavam com as eternas “lutas do século” e que havia um mínimo de seriedade nos noticiários.

Embora tudo muito precário,  mas existyia a empatia entre aquela gente do outro lado da tela e nós , deste lado de cá e  mesmos os programas mais prosaicos, como os de calouros nos convidavam a ver, Pagano Sobrinho, o colorido e histriônico Edson Bolinha Cury, mais o Chacrinha, comandavam um desfile  de alguns talentosos e outro nem tanto.

E, não raro, a televisão mostrava talentos vindos de fora, lá do norte da Américas e de além mar  e nós, embevecidos, víamos e ouvimos Nico Fidenco, Pepino Di Capri, Rita Pavone, Johny Mathis, Charles Aznavour, Gianni Morandi, entre outros..
           
Tudo isso, sem contar com os “enlatados” americanos, Os Invasores – genial -, Bonanza, O Fugitivo, Os Intocáveis, o fantástico Agente 86.
           
Claro que a história da televisão vai muito além destas atrações, porém, mais uma vez, estamos aqui para aguçar a curiosidade e a lembrança do amigo navegante.

=
Chacrinha




Edson Bolinha Cury


Lolita e Airton Rodrigues



João Saldanha e Nélson Ridrigues


=Os Invasores


David Jansen, O Fugitivo

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SOPA DE CEBOLA
Boletim de Arte e Cultura



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