Minha Boêmia
(Fantasia)
(Fantasia)
Lá ia eu, de mãos nos bolsos descosidos; meu
paletó também tornava-se ideal; sob o céu, Musa! Eu fui teu súdito leal; puxa
vida! A sonhar amores destemidos! O meu único par de calças tinha furos.
- Pequeno Polegar do sonho ao meu redor rimas
espalho. Albergo-me à Ursa Maior.
- Os meus astros nos céus rangem
frêmitos
puros.
Sentado, eu os ouvia, à beira do caminho, nas
noites de setembro, onde senti tal vinho o orvalho a rorejar-me as fronte
em comoção; onde, rimando em meio à imensidões fantásticas, eu tomava,
qual lira, as botinas elásticas e tangia um dos pés junto ao meu coração!
Arthur Rimbaud
Poeta, nascido
em, 20
de outubro de1854, na Franç
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Originalmente uma poesia transformada em prosa
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