Passear na Paraíso da Tristeza
Assim, minha tristeza voltando sempre, e me achando mais
perdida aos meus olhos - como a todos os olhos que quisessem me encarar, se eu
não tivesse sido condenada para sempre ao esquecimento de todos! - eu tinha
cada vez mais fome de sua bondade.
Com seus beijos e abraços amigos, era mesmo um céu, um
escuro céu, onde eu entrava, e onde gostaria de ser deixada, pobre, surda,
muda, cega. Já eu me acostumava.
Eu nos via como duas boas crianças, livres para passear no
Paraíso de tristeza.
Arthur Rimbaud
Poeta, nascido na França,
dia 20 de outubro de 1854
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