quinta-feira, 19 de outubro de 2017



Passear na Paraíso da Tristeza

Assim, minha tristeza voltando sempre, e me achando mais perdida aos meus olhos - como a todos os olhos que quisessem me encarar, se eu não tivesse sido condenada para sempre ao esquecimento de todos! - eu tinha cada vez mais fome de sua bondade.

Com seus beijos e abraços amigos, era mesmo um céu, um escuro céu, onde eu entrava, e onde gostaria de ser deixada, pobre, surda, muda, cega. Já eu me acostumava.

Eu nos via como duas boas crianças, livres para passear no Paraíso de tristeza.

Arthur Rimbaud
Poeta, nascido na França,

dia 20 de outubro de 1854

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