quarta-feira, 30 de setembro de 2015


PARA REFLETIR

         Dizem que a paciência é a grande virtude do homem, só qu, ao mesmo tempo, um grande ato de masoquismo.

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CAPAS DE LP

Série

“Bizarrice Não Tem Fim”


 


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POESIA

Uma Arte


A arte de perder não é nenhum mistério
tantas coisas contém em si o acidente
de perdê-las, que perder não é nada sério.
Perca um pouco a cada dia. Aceite austero,
a chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Depois perca mais rápido, com mais critério:
lugares, nomes, a escala subseqüente
da viagem não feita. Nada disso é sério.
Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero
lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Perdi duas cidades lindas. Um império
que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles. Mas não é nada sério.
Mesmo perder você ( a voz, o ar etéreo, que eu amo)
não muda nada. Pois é evidente
que a arte de perder não chega a ser um mistério
por muito que pareça (escreve) muito sério.


Elizabeth Bishop  (1911/1979);  
tradução de Paulo Henriques Brito

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VIAGEM SENTIMENTAL
PELOS NOMES DOS LIVROS

Nada de novo no front: naqueles morros depois da chuva, o espião que veio do frio, qual dom Quixote, sem temer a guerra e paz, com pinta de dom casmurro, se alimenta das vinhas da ira, no fio da navalha, numa grande jornada noite adentro, feito o apanhador no campo de centeio, em busca do castelo dos destinos cruzados, na montanha mágica, numa estação no inferno ou a leste do éden. Ulisses, com o pé na estrada, sua odisseia, qual homem sem o qualidades, na volta do parafuso, apaixonado como o amante de lady chaterley, namora sua Lolita, por quem os sinos dobram, num amor nos tempo do cólera.
No processo de metamorfose, encarando crime e castigo, diante da cavalaria vermelha, num meridiano de sangue, o conde de monte cristo celebra a festa do bode, pelos sertões, na guerra do fim do mundo.
Naqueles mundos de vazabarros, na hora dos ruminantes, feito a máquina extraviada, levando vidas secas, onde ratos e homens vivem cem anos de solidão, pior que o velho e o mar ou o coronel em seu labirinto.
Ana Karenina, pergunte ao pó, se o sol também se levanta pelos irmãos karamazov para, em busca do tempo perdido, viver a divina comédia entre o som e a fúria, enquanto agonizo ou procuro a morte em Veneza, qual Drácula ou o homem invisível.                 
Doutor Fausto, a sangue frio, do jeito de um grande gatsby, olhai os lírios do campo, incidente em antares, ou no morro dos ventos uivantes levantado do chão, rumo ao farol, cruzando o tempo e o vento, passando por grande sertão: veredas. Lobo da estepe numa centopeia de neon, sob o trópico de capricórnio.
Sem quase memória, mas sem temer a náusea ou a peste, com orgulho e preconceito, Hamlet, uma espécie de Pedro Páramo, o cavaleiro inexistente nas cidades invisíveis, entre almas mortas, pelo atalho dos ninhos de aranha, repete as viagens de Gulliver, sem se importar com a vida e as opiniões do cavalheiro Tristram Shandy ou o sorriso do lagarto. E ainda grita: viva o povo brasileiro, sargento Getúlio, neste admirável mundo novo de 1984!                 
José e seus irmãos, como o estrangeiro batendo o tambor, supera a invenção de morel, um conjunto de ficções no jogo da amarelinha sobre folhas de relva ou o memorial do convento do paralelo 42. Moby Dick sai em busca de as cidades e as serras ou do deserto dos tártaros, mas encontra é a terra desolada, no coração das trevas e promove a revolução dos bichos e liberta os miseráveis. Mas tudo são os novelos do acaso, noves fora nada: nada de novo no fro

Edval Lourenço
de Buda Revista
um site cultural

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terça-feira, 29 de setembro de 2015


TEATRO

80 anos de Plínio Marcos
nascido em 29 de setembro de 1935

Navalha na Carne
Navalha na Carne, o texto mais famoso de Plínio Marcos (1935/1999)


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PARA REFLETIR

Ser otimista é acreditar que tudo vai dar certo, como ser pessimista é crer que nada vai dar certo. Tanto um como o outro se acomodam em suas perspectivas de vida e não saem do lugar. A vida não aceita acomodações. A vida só é companheira daquele que a acompanha sem ter perspectiva

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CAPAS DE LP

Série
“O Eterno Retorno as Mesmas Coisas”


 
 
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POESIA

Não sei

Não sei
quantas vezes amei,
creio que nunca,
como não sei
quantas vezes me apaixonei,
um sem número, acredito.

Não sei
quantas noites passei em claro,
pensando em alguém,
pouquíssimas, acredite

Nunca contabilizei
os  porres por causa
de uma paixão frustrada,
talvez, uma ou duas vezes,
se tanto.

Não sei
quantos  versos escrevi
falando de paixões,
mas acho que daria um livro.

Suspirar
por um belo sorriso,
sorrir
ao ver um olhar infindo,
ter o brilho nos olhos
ao falar de uma linda mulher,
não sei quantas fora as horas.

Também não sei
Se amor e paixão
devem ser ontabilizados,
só sei que
vivo a contaR os minutos
para encontrar você.

Jorge Nicoli
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VENCE QUEM PASSA POR ESSA VIDA RINDO

A não ser que o trem saia dos trilhos mais cedo, amigo, você terá que passar pela vida, por esta vertigem, este sopro desenfreado, esta roda imprevisível.
Esse percurso será revestido de sua cara, marca e assinatura. Ao fim, restará um rastro nos que ficam, nas coisas tocadas, no vento que carrega as palavras ditas e no peso do silêncio das que não foram.
O caminho é seu. Ele pode ser insosso, obrigatório, arrastado, preto e branco, só preto, só branco e você, só um passante. Ou pode ser intenso, colorido e você, o melhor dos hedonistas modernos.
Embora a tendência do homem seja esperar por grandes milagres ou mudanças estrondosas, a maior parte das alegrias advêm de momentos simples, que preenchem o cotidiano a espalhar leveza e prazer: uma música, um filme, uma palavra, um livro, um diálogo, um abraço, um doce e tantas coisas miúdas que, de tanto existirem, muitas vezes passam batidas.
Uma música pode-se apenas ouvir e deixar passar, mas pode ser visceral também. Essa variação depende apenas de quem a ouve, pois que ela será o mesmo conjunto de notas para todo e sempre. Um trabalho pode ser um trabalho, os dias, apenas dias, os passos, apenas passos. Mas tudo pode convergir numa sinfonia fluida, se houver permissão para que seja o caminho desenhado.
Por isso, esteja presente em si mesmo enquanto vive. Não sobrevoe o presente a sonhar com o futuro, corroer o passado, ou entregar-se a lamentações pela vida que não tem. Mas, pior, não se torne mais um zumbi vagando adormecido sem nada sentir, compondo um grande saco desalmado de carne e ossos imprestáveis. Você já está aqui, faça direito.
Por mais óbvio que possa parecer, tudo o que se tem agora é o AGORA. Esteja presente com a alma rendida e entregue, com profundidade e consciência da vida que permeia seu sangue, do milagre que é viver cada segundo. Esteja onde você está.
Então, não tome um vinho, TOME O VINHO. Não trabalhe, TRABALHE. Não ouça uma música, OUÇA A MÚSICA. Várias vezes, cem vezes até que aquilo o arranque da dormência e faça nascer um sorriso de orelha a orelha apenas por estar vivo.
Se algo der errado, apenas pense que da crise literalmente nasce a ruptura, a decisão. Abrace a raiva e a frustração com a mesma intensidade de todo o rest
Apenas dê a esses sentimentos um lugar passageiro, no qual só sobre espaço para a “krisis”, a oportunidade de bem decidir. Os gregos sabiam o que diziam.
É isso, amigo, para ser grande, é preciso ser inteiro. Pôr quanto se é no mínimo que se faz e carpe diem.
Lara Brenner
de Buda Revista
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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

MÚSICA - 50 ANOS DE IRACEMA


PARA REFLETIR

Penso, logo existo, diz Descartes. Não seria existo, por isso penso? Não há como pensar antes do existir. A essência vem depois da existência e só começamos a pensar no momento em que tomamos consciência de nossa existência.

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PENSAR COM DESCARTES.

Penso, logo Existo



De há muito tinha notado que, pelo que respeita à conduta, é necessário algumas vezes seguir como indubitáveis opiniões que sabemos serem muito incertas,

Mas, agora que resolvera dedicar-me apenas à descoberta da verdade, pensei que era necessário proceder exatamente ao contrário, e rejeitar, como absolutamente falso, tudo aquilo em que pudesse imaginar a menor dúvida, a fim de ver se, após isso, não ficaria qualquer coisa nas minhas opiniões que fosse inteiramente indubitável. 


Assim, porque os nossos sentidos nos enganam algumas vezes, eu quis supor que nada há que seja tal como eles o fazem imaginar.

E porque há homens que se enganam ao raciocinar, até nos mais simples temas de geometria, e neles cometem paralogismos, rejeitei como falsas, visto estar sujeito a enganar-me como qualquer outro, todas as razões de que até então me servira nas demonstrações.

Finalmente, considerando que os pensamentos que temos quando acordados nos podem ocorrer também quando dormimos, sem que neste caso nenhum seja verdadeiro, resolvi supor que tudo o que até então encontrara acolhimento no meu espírito não era mais verdadeiro que as ilusões dos meus sonhos.

Mas, logo em seguida, notei que, enquanto assim queria pensar que tudo era falso, eu, que assim o pensava, necessariamente era alguma coisa.

E notando esta verdade: eu penso, logo existo, era tão firme e tão certa que todas as extravagantes suposições dos cépticos seriam impotentes para a abalar, julguei que a podia aceitar, sem escrúpulo, para primeiro princípio da filosofia que procurava.

René Descartes
1596/1650

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POESIA

A eterna companheira

Não sei quantas vezes
tentei  me livrar do versos,
exorcizar esta mania de fazer poesias.
Não sei quantas vezes
senti  o cansaço de ser poeta.
Perdi a conta
de quantas vezes disse:
parei,
já do tempo deitado em divãs
não tenho a menor idéia.

De tudo resta a certeza:
 a poesia é um vício incurável.
Um carma
uma sutil  maneira que Deus encontrou
 para eu resgatar
deslizes  de vidas passadas,
diria um espírita,
já um fundamentalista pregaria
que é o preço a pagar
por eu não acreditar.

Não sei o que diria
meu padrinho Ogum,
talvez dissesse que é o que cabe a mim,
transformar o cotidiano em versos.

Sei lá,
só sei que retorno a este vício
e mais uma vez num cego caminhar,
sem saber bem onde vou chegar.

Mas que me importa chegar?
Só me importar caminhar,
Mesmo tendo como companheira
a poesia.

Jorge Nicoli

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“O Mundo Dá Voltas”

As piores capas de discos de vinil dos sebos

As piores capas de discos de vinil dos sebos

As piores capas de discos de vinil dos sebos
=

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domingo, 27 de setembro de 2015

PARA REFLETIR

Aquele que corre desesperadamente atrás do sucesso e da fama comete o terrível engano em acreditar que o conhecimento de muitos  define o valor e a perenidade de seu trabalho. O valor e a perenidade de qualquer trabalho só se tornam possíveis com o reconhecimento, de muitos ou de poucos.,

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POESIA

Princesas existem

Quando criança
nunca sonhei com castelos, reis, princesas, príncipes,
nem com cavalos alados e dragões.
Sonhava com os campos
com as camisas em preto e branco,
assim como as bandeiras agitadas.

Na minha infância
nunca sonhei  em morar num castelo,
nem me casar com uma princesa,
sonhava  com aquela menina de tranças
talvez, pegar em suas mãos.
Casar? Não.
Casar é coisa de adultos,
crianças brincam com bonecas, de mocinho

Cresci
como crescem as crianças,
adulto me tornei,
deixei os sonhos de correr atrás da bola
mas continuei a sonhar
alguns sonhos palpáveis, outros improváveis.
Marina, Maria, Flor, Margarida, entre tantas outras mulheres
povoaram meus  sonhos.
Assim como surgiram, sumiram no espaço de meus eternos devaneios.

Qundo criança
nunca sonhara com princesas.
Elas nãi existem.

Cresci, ainda mais incrédulo,
a realidade, a razão dos adultos me  impediam acreditar em princesas.

Um dia, como outro qualquer,
descobri que princesas existem,
quando uma delas invadiu  minha vida
tomou conta do espaço esvaziado
pelos sonhos improváveis
e me fez subir nos palcos
para ser protagonista de meus espetáculos.

Jorge Nicoli

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·          
·         Teatro Protegidos por Deuses
·          

Ocupamos espaços repletos de tempo num pedaço de Olimpo.

Entre sonhos e atos sucessivos, somos seres querentes entre meninas e meninos com desejos de luz, que sonham como anjos e que se levantam do chão para saírem de seus corpos feitos fiapos de fumaça, que se dissipam leves de esperanças para nos pregarem súbitas surpresas.

E depois atentos se põem no aguardo das nossas falas, como se fossemos nós os deuses.

E os dias correm em longos versos sem rimas num poema melódico e delicado, cuja métrica subverte o campo das idéias num devaneio ilógico de imagens avessas; que percorrem meses de insônias, que nos custam horas de ânimos, que nos impõe magnânimos medos e nos põe à prova a nos desafiar os sentidos, que só a nós, algum sentido faz.

E assim, nos permitem sentir o mundo entre gritos, risos, cantos, lágrimas com as ilusões mais que impossíveis e inimagináveis, como se fossemos nós os mágicos.

E a música vem, penetra os nossos ossos, percorre sonora para vibrar em nossos músculos, num desejo de tocar as fibras de nossas carnes, só para enfeitar a melodia de nossas almas.

A cor cora os corações por pigmentos raros, pinta-nos as faces de maquiagem pouca e barata e tinge os nossos egos em tons exuberantes, como se fossemos nós os belos.

Daí, somos feitos pais e mães e irmãos e filhos... E somos ditos santos e mestres. E tornamo-nos contumazes, crédulos e céticos, práticos e minuciosos, porém maiúsculos, de nossas vontades.

E tornamo-nos fortes, veementes e insistentes, incansáveis e brilhantes, sobretudo frágeis, reféns de nossas emoções.

Somos de tudo um pouco do que sempre ainda resta para dentro de nós.

Somos o resultado da soma de seres diluídos entre os demais para sermos iguais. Para eles os anjos, talvez venhamos a ser os seres iluminados, perdidos ao acaso entre breves lapsos de memória; qu, um fragmento melódico de um breve diálogo... Ou, uma rima de um verso corriqueiro e infantil... Ou, o som combinado à palavra ato... Ou, o drama e a comédia, como se fossemos nós o Teatro; donde a ação cabe numa cena simples, improvisada nessa mimese a que se chama vida, feita e refeita cotidianamente para ser espetáculo!

E se assim acontecer certamente terá valido a pena ficarmos juntos, espremidos entre pernas e coxias às escuras, contritos em nossas orações e louvores a todos os santos e a todos os deuses possíveis e cabíveis em todos nós.

E eu, como um sonhador dedicado às minhas eternas manias, irei acender mais um incenso pelos cantos da caixa escura que guarda os segredos das nossas ilusões e sonhos e desafios.

E eu, com o meu ‘Santo Benedito’ às mãos, estarei a orar pelo silêncio pelo templo das ações, em agradecimento pela oportunidade de mais uma função.

Depois, vou tremer de medo ao teu lado, sentir o tremor de tua pele que escapa pelo teu sorriso largo.

É um medo bom, um medo necessário e prudente, um medo só para eu me sentir ainda mais seguro dentro do azul que mira e acolhe os meus olhos à distância...

De mãos dadas com os nossos anjos que agora já se aprontam para voar;
eu desejarei a todos com tamanha veemência:
MERDA!

José Lima

ator

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sábado, 26 de setembro de 2015


CAPAS DE LP

Série

“O Incrível Poder da Criatividade”







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POESIA

Haver

Há uma lua cor de sangue sobre o mundo
há uma luta armada em campo minado
há um deus morto em estado de putrefação
há um grito em cada canto onde se canta louvores.

Há restos de pão amanhecido sobre as mesas
há um santo crucificado e uma virgem sacrificada
há cabeças dos poetas malditos dependuradas
há livros de mistificadores empilhados nas estantes.

Há demônios na caverna cor de cobre
há anjos na capela iluminada por velas vermelhas
há gente degustando a carne abençoada do cordeiro de deus
há um padre e uma beata bebendo o vinho sagrado do deus pagão.

Há a vida e a morte dançando sob o som de uma harpa
há um corpo estendido no altar central
há o choro e o desespero nos olhos da mulher
há uma arma assassina nas mãos da menina.


Jorge Nicoli

Inserida em

O Ensaio N. 2

Hoje na
Casa da Cultura, 19:30 h

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