quinta-feira, 17 de setembro de 2015


PENSAR COM DOTOIESVKI

Os Verdadeiros Burros
e os Falsos Loucos

O mais esperto dos homens é aquele que, pelo menos no meu parecer, espontaneamente, uma vez por mês, no mínimo, se chama a si mesmo asno..., coisa que hoje em dia constitui uma raridade inaudita.

Outrora dizia-se do burro, pelo menos uma vez por ano, que ele o era, de fato; mas hoje... nada disso.

E a tal ponto tudo hoje está mudado que, valha-me Deus!, não há maneira certa de distinguirmos o homem de talento do imbecil.

Coisa que, naturalmente, obedece a um propósito.
Acabo de me lembrar, a propósito, de uma anedota espanhola. Coisa de dois séculos e meio passados dizia-se em Espanha, quando os franceses construíram o primeiro manicômio: “fecharam num lugar à parte todos os seus doidos para nos fazerem acreditar que têm juízo”.
Os espanhóis têm razão: quando fechamos os outros num manicômio, pretendemos demonstrar que estamos em nosso perfeito juízo; portanto nós temos o nosso juízo no seu lugar.


Não; há tempos já que a conclusão não é lícita.


Fiodor Dostoievski,

1821/1881
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