quarta-feira, 6 de abril de 2016


Um Poema de Um Certo Carlos


Liberdade

Não ficarei tão só no campo da arte,
e,  ânimo firme, sobranceiro e forte,
tudo farei por ti para exaltar-te,
serenamente, alheio à própria sorte.

Para que eu possa um dia contemplar-te
dominadora, em férvido transporte,
direi que és bela e pura em toda parte,
por maior risco em que essa audácia importe.

Queira-te eu tanto, e de tal modo em suma,
que não exista força humana alguma
que esta paixão embriagadora dome.

E que eu por ti, se torturado for,
possa feliz, indiferente à dor,
morrer sorrindo a murmurar teu nome.
São Paulo, Presídio Especial, 1939.


Carlos Marighella 
1911  1969
Político, guerrilheiro e escritor baiano, e, a partir de 1964, um dos principais organizadores da luta contra a ditadura militar. Chegou a ser considerado o inimigo "número um" da ditadura que o assassinou.

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SOPA DE CEBOLA

Boletim de Arte e Cultura.

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