Microfone, e a Fragmentação do Ator
No teatro nada é proibido ou errado, tudo é permitido, até falar de
costas para a platéia, assim como usar projeções e o silêncio. Trilha sonora ao
vivo ou eletronicamente, a nudez ou os figurinos luxuosos, tudo perfeitamente
plausíveis e pode se escolher ser Brecht ou Stanislavski, enfim, nada de errado.
Só se conta o gosto de cada diretor por
isto ou aquilo, porém entendo que duas
coisas são inconcebíveis na arte teatral, a falta de talento e o microfone.
O talento, no nível profissional, mas o microfone em quaisquer circunstâncias,
porquanto ele fragmenta o ator, a voz separada do corpo – o teatro é voz e
corpo – e tudo se perde, inclusive a figura humana do ator, que se transforma
num robô cibernético. Um horror.
Fico imaginando como os atores da antiga Grécia ou dos séculos passados
conseguiram viver sem conhecer este “maravilhosos” instrumento tecnológico. E como o teatro
conseguiu atravessar século e séculos distante deste “mágico” aparelho.
Jorge Nicoli
Diretor do
Grupo de Teatro “Sábia Indecisão”
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"Sábia
Indecisão”
Mais Que Um Grupo
de Teatro
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