sexta-feira, 14 de outubro de 2016


Um Filme
a (re)Ver

Chocolate, 2000, com direção de Lasse Hallström, é mais um filme retratando o prazer pela comida, um dos sete pecados capitais (gula), só que, neste caso, como ferramenta de transformação.

Uma cidade aprisionada em seu falso moralismo, representado - decoração e figurino- por suas cores monocromáticas. Um vilarejo isolado, a representar a limitação de seus habitantes, governado por um líder quase monárquico.

Porém a chegada de uma mulher, mãe solteira, que traz cores e sabores, abala a estrutura arcaica e padronizada da cidade. Afrontando assim o poder “monarca”.

Mulher sem passado, tendo como referência familiar a filha e as cinzas de sua mãe, relatada como nômade. Há no filme alguns elementos a serem observados: a cleptomaníaca que abandona o vício após livrar-se do marido tirano, o apego a objetos alheios - necessidade de pertencer a alguém -; o vento como um chamado à forasteira, mudança ou quem sabe desistência da luta; um filhote de canguru, com patas machucadas, amigo imaginário da filha, mostra a relação com a mãe, de forma metafórica, - o querer ser carregada - e por fim, o alimento escolhido, o chocolate, bastante popular entre as mulheres, como símbolo do prazer e do pecado, reforçado pelo período da quaresma evidenciado no filme.

Carmen Xavier
Atriz do
Grupo de Teatro
“Sábia Indecisão”

CHOCOLATE (2000)

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“Sábia Indecisão”
Muito Mais Que um Grupo de Teatro



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