sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Se Não Era Profecia
Era Premonição

Quando das eleições de 1989, onde se elegeu Collor de Mello presidente, na  primeira eleição direta para presidente desde 1960, escrevi  num dos jornais da cidade que a realização das mesmas  não garantiam, por si só,  a plenitude democrática.

Entendia, naquela ocasião de euforia cívica, que a democracia não se resume em eleições periódicas, mas sim numa reformulação drástica do sistema político brasileiro, reformulação que passaria por reformas políticas profundas, sem as quais a democracia não se sustentaria.

Costumo brincar que se eu e Moisés – o da Bíblia – dependêssemos das profecias para viver morreríamos de fome, porém, mais que uma profecia, isso era somente fruto de observações, principalmente, ao observar que o Brasil passou por um desmanche  político, educacional e cultural,.

Afinal foram quase 25 anos de ditadura militar e, mesmo com algumas eleições, não se praticava a democracia.

Repetindo, as eleições fazem parte da democracia, porém democracia é muito maior do que as eleições, pois precisa ser cultivada, discutida, praticada em todos os setores da sociedade, 

Não há democracia plena quando se permite o monopólio da informação, quando não há lei reguladora dos meios de comunicação – não me venha com a bobagem que isso é censura -,  assim como não será possível praticar a democracia com partidos despolitizados e uma distribuição de renda ainda perversa.
Se não era uma profecia, era uma premonição, tanto que hoje,  27 anos depois, estamos, de novo, diante de um regime de exceção, com um presidente não eleito, um judiciário caolho e um parlamento corrompido.

Jorge Nicoli

============================

Sábia Indecisão

Muito Mais Que Um Grupo de Teatro

Nenhum comentário:

Postar um comentário