Bandido Bom é Bandido Morto,
Uma Tese Fascista
O
Datafolha publicou uma pesquisa feita sobre a concordância ou não da população
com a frase “bandido bom é bandido morto” e 57% concordam com ela.
Isto é,
esta parte da população entende que matando os bandidos estaremos livres da
violência urbana que assola nosso País.
Uma tese simplista e despida de qualquer argumento
razoável, mesmo porque a violência não é uma questão de opção, entre ser do bem
ou ser do mal, mas conseqüência de fatores sociais e econômicos e este
resultado é tão somente fruto da massificação dos chamados programas que
mostram a “realidade” e que grassam pelos canais de televisão.
A
professora de filosofia da USP Scarlet Marton expõe uma tese interessante que
deveria ser discutida com mais amplitude. Ela diz que a violência no Brasil –
mesmo o brasileiro tendo aumentado seu ganho nos últimos anos - é fruto de um
ressentimento, o de não poder ter coisas valiosas e que, normalmente são
ostentadas pelos mais ricos – carros importados, relógios caríssimos, jóias,
roupas, sapatos e bolsas de griffe. Este
ressentimento provoca a reação dos menos favorecidos. Aliás Nietzsche fala
sobre isso, com muita propriedade.
O ser
humano possui em si uma estrutura de violência que é adormecida quando a
sociedade o supre de suas necessidades, basta ver o os índices baixíssimos – às
vezes de zero – nos países mais desenvolvidos socialmente, e ao inverso, os
altos índices em países do chamado terceiro mundo.
Interessante é que, nesta mesma pesquisa, 70% apontam que
a polícia quase sempre exacerba no cumprimento de suas funções, mas a Folha
preferiu dar destaque ao pensamento fascista.
Jorge Nicoli
Que concorda com nada
que cheira fascismo
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Sábia Indecisão
Muito Mais Que Um Grupo de
Teatro
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