terça-feira, 22 de novembro de 2016




Saudade

Saudade, uma palavra pouco cultuada por mim. Um amigo diz que o maior solitário é aquele que não sente saudade.

Sempre fui um grande solitário, mesmo acompanhado. Era o medo de sentir saudade, pois isso significaria se envolver. Confessar-se apaixonado me causava medo.

Mas domingo pensei em ti, no teu sorriso, na tua voz, no teu olhar, no teu jeito, na tua presença. Senti tua falta e alguma coisa no peito. Um aperto.

Era dia dos pais, aí lembrei-me do meu, que partiu há muito tempo. Perda de poucas lembranças e nenhuma saudade.

De novo, o aperto, algumas lágrimas teimando em rolar rosto afora. Percebi então que tinha me encontrado com a saudade.       

Encontro um pouco dolorido, mas é uma dor que passa e a solidão que se vai. A saudade, sem pedir licença, se alojando em mim.


Neste domingo abracei meu pai, me deitei no seu colo e perdi o medo de me apaixonar por ti.

Jorge Nicoli


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Sábia Indecisão
Muito Mais Que Um Grupo de Teatro



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