segunda-feira, 21 de novembro de 2016



A Gente e as Coisas

A gente  nasce, cresce, cultiva paixões e amores, às vezes, animais e flores. Cria filhos e vínculos. Acumula coisas e bens.

Os filhos se vão, os vínculos se rompem, as paixões e os amores se esvanecem, animais e flores desaparecem, porém, as coisas e os bens a gente preserva.

Coleções de selos, de copos, de discos, de sapatos, entopem a casa da gente  e os bens preenchem o egoísmo da gente.

Mas o egoísmo da gente nunca se satisfaz e impele a gente a acumular mais e mais.

Casas, terrenos, sítios, chácaras, prédios, aplicações financeiras, ações e a gente querendo mais e nesta ânsia, a gente se esquece de uma velha companheira, que nos acompanha sorrateiramente e que um dia vai aparecer para levar a gente, só que a gente não poderá levar nada, a não ser o corpo da gente.

A gente se vai, todas as coisas ficam. Tudo que a gente acumulou será dividido entre mais gente e a gente perceberá  que não teve tempo para  se perguntar: de que valeu acumular tanto?

Jorge Nicoli.


================================

Sábia Indecisão,

Muito Mais Que Um Grupo de Teatro

Nenhum comentário:

Postar um comentário