quarta-feira, 16 de novembro de 2016



Produzimos uma Cultura de Devastação

Todos os anos exterminamos comunidades indígenas, milhares de hectares de florestas e até inúmeras palavras das nossas línguas.

A cada minuto extinguimos uma espécie de aves e alguém em algum lugar recôndito contempla pela última vez na Terra uma determinada flor.

Konrad Lorenz não se enganou ao dizer que somos o elo perdido entre o macaco e o ser humano.

Somos isso, uma espécie que gira sem encontrar o seu horizonte, um projeto por concluir. Falou-se bastante ultimamente do genoma e, ao que parece, a única coisa que nos distancia na realidade dos animais é a nossa capacidade de esperança.

Produzimos uma cultura de devastação baseada muitas vezes no engano da superioridade das raças, dos deuses, e sustentada pela desumanidade do poder econômico.

Sempre me pareceu incrível que uma sociedade tão pragmática como a ocidental tenha deificado coisas abstratas como esse papel chamado dinheiro e uma cadeia de imagens efêmeras.

Devemos fortalecer, como tantas vezes disse, a tribo da sensibilidade...

José Saramago
Que nasceu dia 16 de novembro de 1922

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Sábia Indecisão
Muito Mais Que Um Grupo de Teatro



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