Produzimos
uma Cultura de Devastação
Todos os anos exterminamos
comunidades indígenas, milhares de hectares de florestas e até inúmeras
palavras das nossas línguas.
A cada minuto extinguimos uma
espécie de aves e alguém em algum lugar recôndito contempla pela última vez na
Terra uma determinada flor.
Konrad Lorenz não se enganou ao
dizer que somos o elo perdido entre o macaco e o ser humano.
Somos isso, uma espécie que
gira sem encontrar o seu horizonte, um projeto por concluir. Falou-se bastante
ultimamente do genoma e, ao que parece, a única coisa que nos distancia na
realidade dos animais é a nossa capacidade de esperança.
Produzimos uma cultura de
devastação baseada muitas vezes no engano da superioridade das raças, dos
deuses, e sustentada pela desumanidade do poder econômico.
Sempre me pareceu incrível que
uma sociedade tão pragmática como a ocidental tenha deificado coisas abstratas
como esse papel chamado dinheiro e uma cadeia de imagens efêmeras.
Devemos fortalecer, como tantas
vezes disse, a tribo da sensibilidade...
José Saramago
Que nasceu dia 16 de novembro de 1922
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Sábia
Indecisão
Muito
Mais Que Um Grupo de Teatro
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