sexta-feira, 20 de janeiro de 2017



Originalidade Verdadeira e Originalidade Falseada


Em Arte, é vivo tudo o que é original. É original tudo o que provém da parte mais virgem, mais verdadeira e mais íntima duma personalidade artística.

A primeira condição duma obra viva é pois ter uma personalidade e obedecer-lhe. Ora como o que personaliza um artista é, ao menos superficialmente, o que o diferencia dos demais, (artistas ou não) certa sinonímia nasceu entre o adjetivo original e muitos outros, ao menos superficialmente aparentados; por exemplo: o adjetivo excêntrico, estranho, extravagante, bizarro... Eis como é falsa toda a originalidade calculada e astuciosa. 

Eis como também pertence à literatura morta aquela em que um autor pretende ser original sem personalidade própria.

A excentricidade, a extravagância e a bizarria podem ser poderosas - mas só quando naturais a um dado temperamento artístico.

Sobre outras qualidades, o produto desses temperamentos terá o encanto do raro e do imprevisto. Afetadas, semelhantes qualidades não passarão dum truque literário. 

José Régio
1901 – 1969
Escritor e poeta.
nascido em Portugal


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Sábia Indecisão
Muito Mais Que

Um Grupo de Teatro

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