Originalidade Verdadeira e Originalidade Falseada
Em Arte, é vivo tudo o que é original. É
original tudo o que provém da parte mais virgem, mais verdadeira e mais íntima
duma personalidade artística.
A primeira condição duma obra viva é pois
ter uma personalidade e obedecer-lhe. Ora como o que personaliza um artista é,
ao menos superficialmente, o que o diferencia dos demais, (artistas ou não)
certa sinonímia nasceu entre o adjetivo original e
muitos outros, ao menos superficialmente aparentados; por exemplo: o adjetivo excêntrico,
estranho, extravagante, bizarro... Eis
como é falsa toda a originalidade calculada e astuciosa.
Eis como também pertence à literatura morta aquela em que um autor pretende ser
original sem personalidade própria.
A excentricidade, a extravagância e a
bizarria podem ser poderosas - mas só quando naturais a um dado temperamento
artístico.
Sobre outras qualidades, o produto desses
temperamentos terá o encanto do raro e do imprevisto. Afetadas, semelhantes
qualidades não passarão dum truque literário.
José Régio
José Régio
1901 –
1969
Escritor
e poeta.
nascido
em Portugal
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Sábia Indecisão
Muito Mais Que
Um Grupo de Teatro
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