Vida Eterna, Motivo
Para Inquietações
Hoje, ao acordar, pensei na morte.
Não na inevitável morte, angústia de
quem vive, como diz Vinícius. Pensei na minha morte que será inevitável também,
por isso não me angustiei, até porque
quando se dá muitos passos vida adentro é normal se pensar no desenlace, talvez
uma forma sutil de se preparar para a partida. Mas se a idéia da morte não tem
trazido inquietações, a possibilidade da vida eterna me traz angústia e foi nisso que pensei, o viver
eternamente - aqui ou em outra dimensão.
Seria insuportável viver a
eternidade, como matéria ou como um ser etéreo, vagando infinito adentro. Para
que? Qual o significado de uma vida eterna?
a morte não me angustia, a
perenidade me causa profunda inquietação e, acredite, não é medo de um suposto
julgamento no tal Juízo Final, muito menos a possibilidade de reencarnação para
purgar os erros cometidos. Que são inúmeros, dos quais pouco me arrependo, pois
vim ao mundo para cometer erros, como vim para acertar, vez ou outra e, como a
vida não é uma equação matemática, nunca me preocupei em contabilizá-los.
Em suma, hoje, ao acordar pensei na
minha morte, ou melhor, pensei na hipótese de viver um tediosa vida eterna, inquietante, porque
prefiro voltar a ser somente pó.
Jorge Nicoli
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Sábia Indecisão
Muito Mais Que Um Grupo de Teatro
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