PENSAR COM
SCHOPENHAUER
O Homem - Um Ser Egoísta
O motor principal e
fundamental no homem, bem como nos animais, é o egoísmo, ou seja, o
impulso à existência e ao bem-estar.
Na verdade, tanto
nos animais quanto nos seres humanos, o egoísmo chega a ser idêntico, pois em ambos
une-se perfeitamente ao seu âmago e à sua essência.
Desse modo, todas
as ações dos homens e dos animais surgem, em regra, do egoísmo, e a ele também
se atribui sempre a tentativa de explicar uma determinada ação.
Nas suas ações
baseia-se também, em geral, o cálculo de todos os meios pelos quais procura-se
dirigir os seres humanos a um objetivo.
Por natureza, o egoísmo é
ilimitado: o homem quer conservar a sua existência utilizando qualquer meio ao
seu alcance, quer ficar totalmente livre das dores que também incluem a falta e
a privação, quer a maior quantidade possível de bem-estar e todo o prazer de
que for capaz, e chega até mesmo a tentar desenvolver em si mesmo, quando
possível, novas capacidades de deleite.
Tudo o que se opõe
ao ímpeto do seu egoísmo provoca o seu mau humor, a sua ira e o seu ódio: ele
tentará aniquilá-lo como a um inimigo.
Quer possivelmente
desfrutar de tudo e possuir tudo; mas, como isso é impossível, quer, pelo
menos, dominar tudo: "Tudo para mim e nada para os outros" é o seu
lema. O egoísmo é gigantesco: ele rege o mundo.
Arthur Schopenhaue
1788/1860
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