Por que Insisto em Fazer Teatro?
O
que me leva a insistir em fazer teatro nestes rincões do fundo do Vale? Talvez seja
a teimosia característica de todo artista, ou, quem sabe, o apego neurótico à arte.
Pode ser também - e já pensei nisso – uma clara tendência à chatice, a chatice que incomoda,
desagradável, sempre se repetindo a mesma coisa, um importuno a acabar com o
sossego dos que mandam.
Uma
destas motivações me impulsiona – ou seriam as três? – e assim vou tocando esta
arte, embora encontre toda a sorte de dificuldades colocadas pelos chefes e
seus prepostos , que vão desde a manjada falta de recursos até a inusitada assinatura de um tal termo de
responsabilidade. Interessante é que para os artistas das metrópoles não faltam
recursos – pagam hotel e refeição – nem se exige assinatura de termo algum.
Por
outro lado, existem os espaços particulares, em que os proprietários não se
acanham em cobrar uma fortuna para cede-los a qualquer caipira que ouse produzir
cultura.
A
grosso modo, este é o retrato do descaso com esta arte milenar, que um capiau –
como eu - insiste em produzir. Um retrato sem retoques do provincianismo que assola as salas de chefes e de seus prepostos.
Jorge Nicoli
Ator profissional e
Diretor do Grupo de Teatro
“Sábia Indecisão”, de Lorena
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SOPA DE CEBOLA
Boletim de Resistência Cultural
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