segunda-feira, 13 de junho de 2016


Por que Insisto em Fazer Teatro?

O que me leva a insistir em fazer teatro nestes rincões do fundo do Vale? Talvez seja a teimosia característica de todo  artista, ou, quem sabe, o apego neurótico à arte. Pode ser também - e já pensei nisso – uma clara  tendência à chatice, a chatice que incomoda, desagradável, sempre se repetindo a mesma coisa, um importuno a acabar com o sossego dos que mandam.  

Uma destas motivações me impulsiona – ou seriam as três? – e assim vou tocando esta arte, embora encontre toda a sorte de dificuldades colocadas pelos chefes e seus prepostos , que vão desde a manjada falta de recursos até  a inusitada assinatura de um tal termo de responsabilidade. Interessante é que para os artistas das metrópoles não faltam recursos – pagam hotel e refeição – nem se exige assinatura de termo algum.

Por outro lado, existem os espaços particulares, em que os proprietários não se acanham em cobrar uma fortuna para cede-los a qualquer caipira que ouse produzir cultura.

A grosso modo, este é o retrato do descaso com esta arte milenar, que um capiau – como eu - insiste em produzir. Um retrato sem retoques do provincianismo que assola  as salas de chefes e de seus prepostos.

Jorge Nicoli
Ator profissional e
Diretor do Grupo de Teatro
“Sábia Indecisão”, de Lorena


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SOPA DE CEBOLA

Boletim de Resistência Cultural

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