Teatro – Crítica
Os Aldeotas
Mais uma vez, neste final de semana (18/19 de junho) um
espetáculo teatral movimentou o Teatro da Fatea, com o texto
do ator, diretor, poeta, dramatirho, Gero Camilo, Os Aldeoatas, com ele e Victor Mendes.
Todo bom espetáculo teatral começa com um bom texto, depois
se concretiza com bons atores, supervisionados por uma boa direção, e o
espetáculo de Gero Camilo, tem tudo isso, um texto muito bom, contando a
história de dois garotos, numa pequena cidade do interior.
Os sonhos, as fantasias, a amizade, as desavenças, as
namoradas, a descoberta do sexo, a relação com os pais e com a escola, descritos
de maneira sensível, onde até as “obscenidades” na boca dos “garotos” se
diluem, além do humor – nada caricato - e de uma dose certa de emoção.
Enfim, um bom espetáculo, com alguns pontos a serem
ressaltados, o silêncio, em vários momentos, - teatro também é silêncio -, sem
trilha sonora, nenhum objeto em cena , a não ser o tapete, o bom uso da
iluminação e, principalmente os movimentos atléticos dos atore, lembrando o
diretor russo Meyerhold, (1874/1940) que adotava este estilo de interpretação,
que denominava biomecânica. E sem contar a “quebra” da quarta parede, própria
de Brecht (1898/1956), num texto que que
nos remete à infância/puberdade, embora um pouco longo , mas que em nada interfere
no resultado final deste bom Os Aldeotas.
– esta ressalva é apenas questão de um gosto muito particular.
Jorge Nicoli
Diretor e Ator de
Teatro
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