segunda-feira, 20 de junho de 2016

Teatro – Crítica

Aldeotas (foto: Karina Ades)


Os Aldeotas

Mais uma vez, neste final de semana (18/19 de junho) um espetáculo teatral movimentou o Teatro da Fatea,  com o texto  do ator, diretor, poeta, dramatirho,  Gero Camilo, Os Aldeoatas, com ele e Victor Mendes.

Todo bom espetáculo teatral começa com um bom texto, depois se concretiza com bons atores, supervisionados por uma boa direção, e o espetáculo de Gero Camilo, tem tudo isso, um texto muito bom, contando a história de dois garotos, numa pequena cidade do interior.

Os sonhos, as fantasias, a amizade, as desavenças, as namoradas, a descoberta do sexo, a relação com os pais e com a escola, descritos de maneira sensível, onde até as “obscenidades” na boca dos “garotos” se diluem, além do humor – nada caricato - e de uma dose certa de emoção.

Enfim, um bom espetáculo, com alguns pontos a serem ressaltados, o silêncio, em vários momentos, - teatro também é silêncio -, sem trilha sonora, nenhum objeto em cena , a não ser o tapete, o bom uso da iluminação e, principalmente os movimentos atléticos dos atore, lembrando o diretor russo Meyerhold, (1874/1940) que adotava este estilo de interpretação, que denominava biomecânica. E sem contar a “quebra” da quarta parede, própria de Brecht (1898/1956), num  texto que que nos remete à infância/puberdade, embora um pouco longo , mas que em nada interfere no resultado final deste bom Os Aldeotas. – esta ressalva é apenas questão de um gosto muito particular.

Jorge Nicoli
Diretor e Ator de Teatro

=============================

Sopa de Cebola

Boletim de Arte e Cultura

Nenhum comentário:

Postar um comentário