Soa Estranho
Já escrevi sobre o meu eterno desinteresse em ser famoso,
embora, como todo o artista, goste de ser reconhecido e, principalmente,
respeitado – os aplausos não são tão importantes.
Acho que também já falei sobre minha dificuldade em dar
autógrafo – muito comum em escolas as crianças solicitarem - e não é por não
goste, é apenas inibição – acredite sou um tímido patológico.
Inibido, desinteressado pela fama, dia desses, descubro que tenho fã – ou fãs -, o
que me deixou contente, porém parece estranho ser ídolo. O fã idolatra alguém e
faz deste sua referência.
Todos que privam de minha amizade sabem do meu narcisismo, do
meu ego, de fazer inveja a qualquer argentino e que não sou nada humilde quando
se trata dos meus trabalhos, porém daí a ser referência para uma ou duas
pessoas vai uma distância enorme.
Não posso impedir que isso aconteça, só que me soa estranho
ouvir algo como “sou sua fã”. Não me incomoda, em hipótese alguma, só que não consigo
me ver assim, como não enxergo em mim tantas condições para ter fã – ou fãs.
Jorge Nicoli
Poeta, escritor, ator e diretor de teatro,
avô da Letícia, do Leonardo e do Gabriel
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SOPA DE CEBOLA
Boletim de Arte e
Cultura
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