terça-feira, 13 de setembro de 2016


O Progresso Contínuo do Passado


Não existe matéria mais resistente nem mais substancial (o tempo). Porque a nossa duração não é apenas um instante a seguir ao outro; se fosse, nunca haveria mais nada além do presente - nenhum prolongamento do passado na atualidade, nenhuma evolução, nenhuma duração concreta.

A duração é o progresso contínuo do passado que morde o futuro e vai inchando à medida que avança. E, como o passado cresce sem parar, não há nenhum limite à sua preservação.

A memória  não é uma faculdade de arrumar recordações numa gaveta, ou de inscrevê-las num registro.  

Na realidade, o passado preserva-se a si mesmo, automaticamente. Provavelmente acompanha-nos na sua totalidade a cada instante. 

Henri Bergson
1859 - 1941
Filósofo, nascido na França


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