terça-feira, 11 de outubro de 2016


A Poesia de Augusto

A dança da psique


A dança dos encéfalos acesos 
Começa. A carne é fogo. A alma arde. A espaços 
As cabeças, as mãos, os pés e os braços 
Tombara, cedendo à ação de ignotos pesos! 


É então que a vaga dos instintos presos 
— Mãe de esterilidades e cansaços — 
Atira os pensamentos mais devassos 
Contra os ossos cranianos indefesos. 


Subitamente a cerebral coréa 
Pára. O cosmos sintético da Idéa 
Surge. Emoções extraordinárias sinto... 


Arranco do meu crânio as nebulosas. 
E acho um feixe de forças prodigiosas 
Sustentando dois monstros: a alma e o instinto!

Augusto dos Anjos 
1884   1914

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"Sábia Indecisão”
Mais Que Um Grupo de Teatro




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