segunda-feira, 3 de outubro de 2016



Todo o Grande Homem é Cético


Todo o grande homem é, necessariamente, cético, ainda que possa não o mostrar: pelo menos se a grandeza dele consistir em querer uma coisa grande e grandes meios para realizá-la. 

A liberdade em relação a todas as convicções faz parte da sua vontade: o que está em conformidade com o "despotismo esclarecido" que todas as grandes paixões exercem. Uma paixão dessa espécie põe o intelecto ao seu serviço e tem a coragem de fazer uso até de certos meios proibidos - dos quais se serve, mas aos quais não se submete. 

A necessidade de crer, a necessidade de um sim e de um não absolutos é sinal de fraqueza, e toda a fraqueza é uma fraqueza da vontade. O homem de fé, o crente é, necessariamente, de uma espécie inferior; disso resulta a liberdade de espírito, ou seja, a descrença instintiva: uma condição de grandeza. 



Friedrich Nietzsche,

que nasceu em 15 de outubro de 1844, na Alemanha



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