Humildade
Tanto que fazer!
livros que não se lêem, cartas que não se
escrevem, línguas que não se
aprendem, amor que não se dá,
tudo quanto se esquece. Amigos entre adeuses, crianças chorando na tempestade, cidadãos assinando papéis, papéis, papéis...até
o fim do mundo assinando papéis e os pássaros detrás de grades de chuva e os
mortos em redoma de cânfora. (E
uma canção tão bela!) Tanto que
fazer! E fizemos apenas isto.
E nunca soubemos quem éramos, nem pra quê.
Cecília Meireles
Poetisa, nascida no Rio de Janeiro em 1901
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