sábado, 31 de outubro de 2015



DRUMMOND

“O mundo é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar.

“Os homens distinguem-se pelo que fazem; as mulheres, pelo que levam os homens a fazer.

“Perder tempo em aprender coisas que não interessam, priva-nos de descobrir coisas interessantes.

Carlos Drummond
que nasceu em 31 de outubro de 1902
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POESIA

Ausência

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond
que nasceu em 31 de outubro de 1902


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sexta-feira, 30 de outubro de 2015



Memórias

Em 2015 entramos no cinqüentenário da segunda metade dos emblemáticos anos 60. No primeiro ano do golpe que derrubou o Presidente João Goulart. Primeiro aniversário de uma ditadura que iria ficar um bom tempo neste rincão. Neste ano ainda havia uma esperança de que breve os militares devolveriam o que usurparam.
Só que em outubro daquele ano eles resolvem acabar com a brincadeira de democracia. Ainda se brincava de democracia,  no calendário, as eleições  estavam previstas para Presidente que, com o fim da brincadeira foram adiada ad eternum, as demais realizadas normalmente. Perderam, mudaram as regras, acabou a brincadeira. Fecham sedes de partidos, cassam mais alguns políticos, intervém no Judiciário, e criam as eleições indiretas..
Mas ainda assim há brechas para um show aqui, outro ali, um movimento de protesto lá, um outro acolá. Só não pode  ser comunista. Não sendo pode compor, ir para os palcos, atuar, cantar. Pode até cantar nos festivais que iniciam num Canal  de TV. 
Primeiro  lugar para a canção falando em Iemanjá, em Santa Bárbara – Iansã - , Janaina, defendida por um quase menina vindo do Sul. Cantava e girava os braços como se quisesse voar. E voou muito alto, embora num vôo de pouca duração. O mesmo Canal  que, nas tardes de domingo, transmite jogos do Campeonato  que se assist nos aparelhos de algumas lojas de eletro-domésticos.
Aparelho em casa era para poucos. Um campeonato que só tem graças porque tem grandes craques, porém com o final esperado, sempre o time da praia chega na frente.
Aí a Federação resolve proibir a transmissão dos jogos e o dono do canal corre atrás de um jovem cantor para comandar uma atração para a juventude. Acerta em cheio e as tardes de domingo é da jovem guarda, e pela telinha em preto e branco desfila o Rei, o Tremendão, a Ternutinha, o Bom, o Queijinho de Minas e outros cabeludos e garotas papo firme menos famosos.
Programa tão importante que chega a mudar certos comportamentos de jovens. Como muda o rock. Saem as versões americanas dando lugar a um iê-iê-iê tupiniquim, claramente influenciado por quatro cabeludos da Terra da Rainha.
Só os ativistas políticos não gostam, para eles, um bando de alienados fazendo o jogo da ditadura.
Cinqüenta anos depois, talvez se possa fazer uma avaliação mais isenta. Eram apenas alguns jovens que queriam cantar, uma oportunidade para serem famosos e ricos. Uns conseguiram, outros desapareceram na poeira do tempo.
Falando em alienação, começa a tomar corpo uma rede de televisão, apoiada pelos militares, com dinheiro público e de grupo de comunicação de amigos do Norte.
E a Rede foi estendendo seus tentáculos e divulgando a mensagem dos ditadores.
Lembrando dos amigos do Norte, que adoram se meter onde não são chamados, se envolvem então numa luta inglória e patética, onde usam armas químicas. Vão como heróis e voltam como bandidos trapalhões.
Na política, partidos extintos e, a ditadura resolve voltar a brincar de democracia e criam dois partidos, um de situação, que caberia defender o ideário da tal “revolução” e um de oposição que deveriaa ser do contra.
Mas dentro das regras estabelecidas pelos donos do poder. Nada de exagero.
Nestes anos a ditadura ainda não mostra sua face mais cruel, a censura é branda, por isso  os artistas ainda gritam. Além de shows, uns patrocinados pelo ditador de plantão, outros para contestar, há o teatro como meio de lançar seu grito contra a falta de liberdade  nesta Terra descoberta por Cabral. Os atores vão para o palco gritar por liberdade, para isso usam a luta de Zumbi como metáfora.
Liberdade tolhida. Tempos sombrios, sufocantes, a arte castrada, a voz sufocada e as mãos decepadas. O tempo não volta, mas o monstro ainda vive.

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CAPAS DE LP

Série

“Entender Pra Que?”








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PENSAR

Voltar ao Passado

E se procurarem saber porque é que todas as imaginações humanas, frescas ou murchas, tristes ou alegres, se voltam para o passado, curiosas de nele penetrarem, acharão sem dúvida que o passado é o nosso único passeio e o único lugar onde possamos escapar dos nossos aborrecimentos quotidianos, das nossas misérias, de nós mesmos.

O presente é turvo e árido, o futuro está oculto.


Anatole France

1844;1924


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POESIA

O seu santo nome

Não facilite com a palavra amor.
Não a jogue no espaço, bolha de sabão.
Não se inebrie com o seu engalanado som.
Não a empregue sem razão acima de toda razão (e é raro).
Não brinque, não experimente, não cometa a loucura sem remissão
de espalhar aos quatro ventos do mundo essa palavra
que é toda sigilo e nudez, perfeição e exílio na Terra.
Não a pronuncie.

Carlos Drummond
que nasceu em 31 de outubro de 1902


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quinta-feira, 29 de outubro de 2015



PARA REFLETIR

A primeira carta de intenções do sistema capitalista teve o o pomposo nome de Sete Pecados Capitais.

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PENSAR COM SADE


“Nada nunca resultara dessas relações de momento, de que uma mulher recolhia as flores sem correr o risco dos espinhos que acompanham em excesso esses arranjos, quando tomam a forma pública de um comércio regular.


“Cumpre evitar crer em quimeras, mas, quando algo é universalmente comprovado e tem a singularidade do que foi descrito, cumpre baixar a cabeça, fechar os olhos e dizer: não entendo como os mundos flutuam no espaço; podem assim haver coisas também na Terra que eu não entenda.


“Era preciso que a amizade dos filhos fosse tão terna como a de seus pais. A natureza permitiu que os primeiros encontrassem nos prazeres com que se inebriam modos de se esquecer que os afastam involuntariamente dos autores de seus dias e lhes esfriam no coração os sentimentos, tão mais ardentes e sinceros na alma dos pais e mães.


E  que nada nem ninguém é mais importante do que nós próprios. E não devemos negar-nos nenhum prazer, nenhuma experiência, nenhuma satisfação, desculpando-nos com a moral, a religião ou os costumes.”


Marquês de Sade
1740/1814


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CAPAS DE LP

Série

“Uma Questão de Olhar”







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POESIA

Canção Amiga

Eu preparo uma canção
em que minha mãe se reconheça,
todas as mães se reconheçam,
e que fale como dois olhos.

Caminho por uma rua
que passa em muitos países.
Se não me vêem, eu vejo
e saúdo velhos amigos.

Eu distribuo um segredo
como quem ama ou sorri.
No jeito mais natural
dois carinhos se procuram.

Minha vida, nossas vidas
formam um só diamante.
Aprendi novas palavras
e tornei outras mais belas.

Eu preparo uma canção
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças.

Carlos Drummond
que nasceu em 31 de outubro de 1902

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quarta-feira, 28 de outubro de 2015


CAPAS DE LP

Série “Que Dupla”

 




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Lorena

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PENSAR COM DIDEROT

Os crentes e os fanáticos

A crença num Deus produz e deve produzir quase tantos fanáticos quantos crentes.

Por toda a parte em que se admite um Deus, existe um culto; em todo o lugar onde existe um culto, a ordem natural dos deveres morais é derrubada, e a moral corrompida.

Cedo ou tarde, chega um momento em que a noção que impediu de roubar um escudo faz degolar cem mil homens. 


Denis Diderot,
1713/1784


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POESIA

Poema de Sete Faces

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.

Carlos Drummond
que nasceu em 31 de outubro de 1902


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terça-feira, 27 de outubro de 2015



PARA REFLETIR

Sonhos são sonhos, possíveis ou não. Sonhos são apenas sonhos, se nos prendermos a eles podemos  transformar  nossas vidas
numa mera ilusão

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BAIANADA
 genial


 









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“Nada nunca resultara dessas relações de momento, de que uma mulher recolhia as flores sem correr o risco dos espinhos que acompanham em excesso esses arranjos, quando tomam a forma pública de um comércio regular.


“Cumpre evitar crer em quimeras, mas, quando algo é universalmente comprovado e tem a singularidade do que foi descrito, cumpre baixar a cabeça, fechar os olhos e dizer: não entendo como os mundos flutuam no espaço; podem assim haver coisas também na Terra que eu não entenda.


“Era preciso que a amizade dos filhos fosse tão terna como a de seus pais. A natureza permitiu que os primeiros encontrassem nos prazeres com que se inebriam modos de se esquecer que os afastam involuntariamente dos autores de seus dias e lhes esfriam no coração os sentimentos, tão mais ardentes e sinceros na alma dos pais e mães.


E  que nada nem ninguém é mais importante do que nós próprios. E não devemos negar-nos nenhum prazer, nenhuma experiência, nenhuma satisfação, desculpando-nos com a moral, a religião ou os costumes.”


Marquês de Sade
1740/1814


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POESIA

Memória


Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.


que nasceu em 31 de outubro de 1902

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segunda-feira, 26 de outubro de 2015


PARA REFLETIR

É para a frente que se anda, diz o ditado popular. Nada mais sábio. Porém, podemos dizer que  diante de alguns obstáculos impostos pela  vida, um recuo estratégico pode ser uma demonstração de perspicácia.

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Série

“Criar é Essencial”

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         POESIA

Poema da purificação


Depois de tantos combates
o anjo bom matou o anjo mau
e jogou seu corpo no rio.
As água ficaram tintas
de um sangue que não descorava
e os peixes todos morreram.
Mas uma luz que ninguém soube
dizer de onde tinha vindo
apareceu para clarear o mundo,
e outro anjo pensou a ferida
do anjo batalhador.


Carlos Drummond de Andrade
que nasceu em 31 de outubro de 1902


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         PENSAR COM ROUSSEAU

A verdadeira liberdade do homem

Nunca acreditei que a liberdade do homem consiste em fazer o que quer, mas sim em nunca fazer o que não quer, e foi essa liberdade que sempre reclamei, que muitas vezes conservei, e me tornou mais escandaloso aos olhos dos meus contemporâneos.

Porque eles, ativos, inquietos, ambiciosos, detestando a liberdade nos outros e não a querendo para si próprios, desde que por vezes façam a sua vontade, ou melhor, desde que dominem a de outrem, obrigam-se durante toda a sua vida a fazer o que lhes repugna, e não descuram todo e qualquer servilismo que lhes permita dominar.


Jean-Jacques Rousseau,
1712/1778


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domingo, 25 de outubro de 2015



PARA REFLETIR

            . A existência é composta de ciclos, uns impostos pela própria vida outros escolhidos por nõs. Todos, os bons e os maus, importantes para nosso caminhar, só precisamos ter cuidado para não ficarmos presos aos que já foram ultrapassados.

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Dias 12 e 13 de novembro
na Casa da Cultura





25 DE OUTUBRO 

            40 anos do  assassinato de Wladimir Herzog nos porões da Ditadura
Sugerimos assistir Batismo de Sangue



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Dias 12 e 13 de novembro
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A Trágica Cena

Meus pés pisam o palco vazio, meus olhos procuram se acostumar à parca iluminação, minha voz rouca e insegura balbucia algumas palavras.

O silêncio sepulcral da platéia se mistura ao arfar de meu peito e eu sem jeito vou dizendo um texto ridículo.

Minhas mãos trêmulas buscam fios invisíveis para sustentar o personagem e minha boca se abre para entoar uma triste e minimalista melodia.

Meus passos tropeçam naquela música atonal e eu me agarro a um trágico personagem.

O cenário feito com latas enferrujadas e madeiras carcomidas, pintadas com cal, compõem a esdrúxula cena.

Tento me convencer da verdade que não existe, teimo em acreditar que não fujo de mim mesmo naquela figura indelevelmente tosca que me cobre.

Minha face se contorce numa grotesca encenação. O espetáculo se encerra, as luzes se acendem e os meus fantasmas aplaudem freneticamente a trágica cena.


Jorge Nicoli

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Dias 12 e 13 de novembro
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POESIA

Medo de Amar

O azul alinhava o infinito,
minhas mãos alinham e alinhavam frases
e não quero falar das coisas do amor.

Estou a lutar contra o insensato coração.
As aranhas tecem as rede de filó
e só,
quero bordar minha mortalha,
mas meus olhos teimosos
preferem cuidar da saudade.

A morte é a rima preferida de meus versos
quando verso sobre o medo de amar.

Jorge Nicoli

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Dias 12 e 13 de novembro
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sexta-feira, 23 de outubro de 2015



PARA REFLETIR

         Sempre transferimos para o outro a responsabilidade por nossas mazelas, porém nunca dividimos com o outro o resultado dos nossos sucessos.
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Série

“Nada Mais Lindo”



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