POESIA
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Navegante
Eu menino
Gostava de ver
A chuva
Correndo o meio
Fio
Lavando as pedras
Da rua
Levando meu barco
Branco
Em papel dobradura.
E era um desafio
Vê-lo
A tentar vencer a
pedra
Ali
Ao meio
Da sonora
correnteza.
Meu barco
Desmanchava-se
Abria-se
Sem rumo
E não mais
singrava.
Era
Uma vela
Branca
Solta na correnteza
De um
Efêmero rio
Que não durava
Mais
Que uns cristalinos
Pingos
Contíguos.
Eu menino
Gostava mesmo
De imaginar
Coisas frágeis
Que se perdem
Pelo tempo
E vão
Se misturar
Ao infinito
Azul
Do mar
Onde
A linha divisa
O céu
Pra fazer uma
lembrança
Virar poesia.
José de Lima
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