sexta-feira, 23 de outubro de 2015



PENSAR COM PIRANDELLO

Ninguém se conhece a si mesmo

Julga que se conhece, se não se construir de algum modo?

E julga que eu posso conhecê-lo, se não o construir à minha maneira?

E julga que me pode conhecer, se não me construir à sua maneira?

Só podemos conhecer aquilo a que conseguimos dar forma. Mas que conhecimento pode ser esse?  Não será essa forma a própria coisa?

Sim, tanto para mim como para si; mas não da mesma maneira para mim e para si: isso é tão verdade que eu não me reconheço na forma que você me dá, nem você se reconhece na forma que eu lhe dou; e a mesma coisa não é igual para todos e mesmo para cada um de nós pode mudar constantemente.

E, contudo, não há outra realidade fora desta, a não ser na forma momentânea que conseguimos dar a nós mesmos, aos outros e às coisas.

A realidade que eu tenho para si está na forma que você me dá; mas é realidade para si, não é para mim.

E, para mim mesmo, eu não tenho outra realidade senão na forma que consigo dar a mim próprio. Como? Construindo-me, precisamente.


Luigi Pirandello,
1867/1936


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