Discutir o aborto é essencial
A questão do aborto é muito séria, não dá para simplificar a
discussão entre o ser a favor ou o ser contra,
como não dá para tratá-la como se fosse
catecismo. Discutir o aborto à luz da religião é impedir de se olhar o
problema e ver como realmente ele é. É grave, pois, independente da sua aprovação
ou não. ele continua acontecendo, menina e jovens continuam
abortando ou tentando, sem nenhum
acompanhamento clínico ou psicológico e, às vezes, não só se sacrifica o feto como a mãe, mesmo porque
estes abortos – proibidos que são – são feitos em clínicas clandestinas, com
poucos recursos e quase nenhuma higiene.
Se somos contra matar um feto, podemos levar na nossa consciência
a morte de inúmeras mulheres, vítimas dos
açougues clandestinos.
Esta discussão tem que ser ampla, principalmente, envolvendo as mulheres, as verdadeiras
interessadas no assunto, mais os médicos
e os psicólogos, sem a participação de
qualquer igreja, porquanto a discussão não pode e nem deve ser = moral ou
religiosa. Aborto é uma questão de saúde pública.
Antes de tudo, digo que como existencialista, sou contra o
aborto, a não ser em caso de graves deficiências congênitas, em que – comprovadamente – o bebê
teria existência vegetativa, porém, sou
a favor de que a mulher decida o seu destino, de ser ou não mãe.
Jorge Nicoli
Pai de 4
filhos
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SOPA DE CEBOLA
Boletim de Arte e
Cultura
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