O sentimento de poder
Ao fazer o bem e mal, exercemos o nosso poder sobre aqueles a quem se é
forçado a fazê-lo sentir; porque o sofrimento é um meio muito mais sensível,
para esse fim, do que o prazer: o sofrimento procura sempre a sua causa
enquanto o prazer mostra inclinação para se bastar a si próprio e a não olhar
para trás.
Ao fazer bem ou ao desejarmos o bem exercemos o nosso poder sobre
aqueles que, de uma maneira ou de outra, estão já na nossa dependência (quer
dizer que se habituaram a pensar em nós como nas suas causas); queremos
aumentar o seu poder porque assim aumentamos o nosso, ou queremos mostrar-lhes
a vantagem que há em estar em nosso poder; ficarão mais satisfeitos com a sua
situação e mais hostis aos inimigos do nosso poder, mais prontos a combatê-los.
O fato de fazermos sacrifícios para fazer o bem ou o mal não altera em
nada o valor definitivo dos nossos atos; mesmo se arriscarmos a nossa vida,
como o mártir pela sua igreja, é um sacrifício que fazemos à nossa necessidade
de poder, ou a fim de conservar o nosso sentimento de poder.
Friedrich Nietzsche
Filólogo, filósofo, crítico cultural, poeta e compositor, nascido na Alemanha, escreveu vários textos críticos sobre a
religião, a moral, a cultura contemporânea, filosofia e ciência, exibindo uma
predileção por metáfora, ironia e aforismo.
A contribuição de Nietzsche para o
pensamento filosófico é inestimável, sendo, hoje, um dos fil[osofos mais estudado
em todo o mundo.
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SOPA DE CEBOLA
Boletim de Arte e Cultura
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