terça-feira, 10 de maio de 2016



Poesia de Um Certo Avô

Olho e vejo

Olho para o chão
e vejo gente perdida
caminhando sem direção,
bandeiras em cores, nas mãos,
repetindo um insosso refrão.

Olho para o céu
e vejo um Deus perplexo
olhando para os incertos passos
daquela gente, a esmo  caminhando..
no mesmo instante,
olho e vejo
urubus ,em vôos rasantes
sobrevoando  o lixo
produzido por uma gente elegante..

Sinto o cheiro nauseabundo
tomando conta do ar,
e vejo a espessa sombra 
cobrindo o azulado espaço.

Olho para Deus
 e o vejo de olhos cerrados.
Olho para rua
e enxergo a turba enfurecida
vociferandp
e as palavras  desconexas transbordando
por entre a procissão dos arautos  do caos.

Olho para as ruas e vielas
e observo os ratos desfilando
sobre as sobras dos detritos
deixado  pela gente  bem vestida.a.

Ergo os olhos e vejo
as lágrimas escorrendo pela face de Deus,
enquanto, ao som de um dobrado.
marchando, vai um  decadente cordão.

Jorge Nicoli
Avô da Letícia, do Leonardo e do Gabriel

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SOPA DE CEBOLA
Boletim de Arte e Cultura







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