Fim de Uma Era
Foi o último dos grandes festivais, o VII FIC, em 1972 e
mesmo sob uma censura estúpida, (tanto que os militares mandaram trocar o júri
por não terem gostado de entrevista de Nara Leão), teve um bom nível, revelando intérpretes,
compositores, com a vencedora fazendo sucesso, após o festival, graças ao
carisma, à simpatia e à voz singular de
Maria Alcina e a boa composição do Jorge Ben,(ainda não era Benjor), Fio Maravilha (depois virou Filho, graças a
uma exigência do homenageado, o ex-jogador do Flamengo, Fio)
No segundo lugar, embora sem o mesmo sucesso, ficou a composição
de Baden e Paulo César Pinheiro,
Diálogo, com letra e melodia fortíssimas, mostrando certa semelhança a canções de Vndré, na fase antes 1968.
O VII FIC ainda apresentou ao Brasil o “maluco beleza” Raul
Seixas, com um rock baião Let Me Sing, Let Me Sing, dele e de Edith Nadine
Seixas e ainda Eu sou Eu e Nacuri é o Diabo
Além de Raul, duas canções emblemáticas se fizeram presentes,
a minimalista Cabeça de Walter Franco (vaiaiado) e Eu Queri é Botar Meu Bloco
na Rua, do capixaba Sérgio Sampaio, uma marcha rancho com uma letra enigmática
que falava “que Durango Kid quase me
prendeu”. Uns entendiam que este personagem era a repressão, outros que era um
policial. Um protesto ou uma “alienação”?
Para terminar, cabe um
registro, Viva Zapátria, do Surlan e Murilo Antunes de Oliveira, fou gravada
pelo MPB4, Assim encerramos esta viagem
pela era os festivais.
Jota Pedro
Colaborador do
Sopa de Cebola
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SOPA DE
CEBOLA
Boletim de
Arte e Cultura
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