sexta-feira, 3 de junho de 2016


Fim de Uma Era


Foi o último dos grandes festivais, o VII FIC, em 1972 e mesmo sob uma censura estúpida, (tanto que os militares mandaram trocar o júri por não terem gostado de entrevista de Nara Leão),  teve um bom nível, revelando intérpretes, compositores, com a vencedora fazendo sucesso, após o festival, graças ao carisma, à simpatia e à voz  singular de Maria Alcina e a boa composição do Jorge Ben,(ainda não era Benjor),  Fio Maravilha (depois virou Filho, graças a uma exigência do homenageado, o ex-jogador do Flamengo, Fio)

No segundo lugar, embora sem o mesmo sucesso, ficou a composição de  Baden e Paulo César Pinheiro, Diálogo, com letra e melodia fortíssimas, mostrando certa semelhança a  canções de Vndré, na fase antes 1968.

O VII FIC ainda apresentou ao Brasil o “maluco beleza” Raul Seixas, com um rock baião Let Me Sing, Let Me Sing, dele e de Edith Nadine Seixas e ainda Eu sou Eu e Nacuri é o Diabo
                       
Além de Raul, duas canções emblemáticas se fizeram presentes, a minimalista Cabeça de Walter Franco (vaiaiado) e Eu Queri é Botar Meu Bloco na Rua, do capixaba Sérgio Sampaio, uma marcha rancho com uma letra enigmática que falava  “que Durango Kid quase me prendeu”. Uns entendiam que este personagem era a repressão, outros que era um policial. Um protesto ou uma “alienação”?

Para terminar, cabe  um registro, Viva Zapátria, do Surlan e Murilo Antunes de Oliveira, fou gravada pelo MPB4,  Assim encerramos esta viagem pela era os festivais.


Jota Pedro
Colaborador do Sopa de Cebola

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SOPA DE CEBOLA
Boletim de Arte e Cultura


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