quinta-feira, 9 de junho de 2016

O Movimento Que Redemocratizou a MPB



Tropicália ou Tropicalismo

O Tropicalismo foi um movimento de ruptura que sacudiu o ambiente da música popular e da cultura brasileira entre 1967 e 1968. Seus participantes formaram um grande coletivo, cujos destaques foram os cantores-compositores Caetano Veloso e Gilberto Gil, além das participações da cantora Gal Costa e do cantor-compositor Tom Zé, do Mutantes  e do maestro Rogério Duprat. A cantora Nara Leão e os letristas José Carlos Capinan e Torquato Neto completaram o grupo, que teve também o artista gráfico, compositor e poeta Rogério Duarte como um de seus principais mentores intelectuais.

Os tropicalistas deram um histórico passo à frente no meio musical brasileiro. A música brasileira pós-Bossa Nova e a definição da “qualidade musical” no País estavam cada vez mais dominadas pelas posições tradicionais ou nacionalistas de movimentos ligados à esquerda. Contra essas tendências, o grupo baiano e seus colaboradores procuram universalizar a linguagem da MPB, incorporando elementos da cultura jovem mundial, como o rock, a psicodelia e a guitarra elétrica.

O movimento, além do mais, resgatou o que, de certa forma, a Bossa Nova relegou ao ostracismo – a velha bossa -, e Caetano trouxe de volta Vicente Celestino, gravando Coração Materno e Luiz Gonzaga, revivendo Asa Branca.

Na realidade a Tropicália – ou Tropicalismo como dizia Torquato – redemocratizou a música brasileira dizendo que nela tudo era válido, de Sinatra aos requebros da mulata, de Beatles à cafonice. Do samba de roda à Hovem Guarda. E até Bossa Nova.

Uma curiosidade, alguns cantores, cantoras e compositores - entre eles Elis – fizeram até passeata contra o uso dos instrumentos elétricos na MPB, alegando que seria uma distorção e que tiraria a pureza de nossa arte musical. O primeiro disco de Elis após  o casamento com o maestro César Camargo está repleto destas “impurezas” e é um disco belíssimo.

===========================

SOPA DE CEBOLA

Boletim de Arte e Cultura 

Nenhum comentário:

Postar um comentário