Coisa de
branco,
até quando?
(trecho inicial de
um texto
postado no
facebook_
Escroto, consciente, ativo,
legitimado, estrutural, septicêmico em todos os órgãos da nação, o racismo de
William Waack não é só dele. Essa é a pior notícia. “Coisa de preto” é subtexto
corrente na mente de grande parte de uma sociedade criada sob os parâmetros da
Casa Grande. O diabólico plano que começou com tráfico, tortura e assassinato
do povo negro e que durou quatrocentos anos, é mais nefasto e homicida do que
os cinco ou seis anos do holocausto judeu e essa dor a humanidade respeita
mais. Não estou dizendo que uma dor é menor do que a outra. Mas afirmo que o
holocausto da escravidão negra continua até hoje e não comove nossa sociedade.
Não importa, em geral, a quantidade de negros sem nome, sem sobrenome nobre que
é assassinada diuturnamente nas favelas e periferias deste país. Ainda rola no
imaginário brasileiro a ideia obsoleta de que “preto bom é o de alma branca”, é
o sem voz, e há neste imaginário uma desvalorização da etnia negra como se
houvesse para isso alguma defesa científica que apontasse no DNA de uma raça
sua propensão à sub-humanidade.
Elisa Lucinda
Poetisa, atriz, cantora, negra consciente de seu papel no
mundo
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