Evitar o sofrimento
Privamo-nos para mantermos a nossa
integridade, poupamos a nossa saúde, a nossa capacidade de gozar a vida, as
nossas emoções, guardamo-nos para alguma coisa sem sequer sabermos o que essa
coisa é.
E este hábito de reprimirmos
constantemente as nossas pulsões naturais é o que faz de nós seres tão
refinados.
Por que é que não nos embriagamos?
Porque a vergonha e os transtornos das dores de cabeça fazem nascer um
desprazer mais importante que o prazer da embriaguez.
Por que é que não nos apaixonamos
todos os meses de novo? Porque, por altura de cada separação, uma parte dos
nossos corações fica desfeita.
Assim, esforçamo-nos mais por evitar
o sofrimento do que na busca do prazer.
Sigmund
Freud
1856
– 1939
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SOPA
DE CEBOLA
Boletim
de Arte e Cultura
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