quarta-feira, 4 de maio de 2016



Coragem ou covardia?

O suicídio é um ato de coragem ou de covardia? Existem opiniões conflitantes a respeito, uns entendem que tirar a própria vida seja de uma coragem extrema, outros pensam que tirar a vida é fugir das responsabilidades, medo de enfrentar as situações adversas, em suma, covarde é aquele que foge à luta.

Não sou um especialista em psicologia, porém me parece que a grande maioria dos suicidas é formada por depressivos, isto é, pessoas que já estão, de uma certa maneira, fora da vida.

A depressão arrasta a pessoa para um poço sem fundo, para um grande abismo, em que não se consegue sair. Há perda da auto-estima, da vontade de estar no mundo, de se relacionar, enfim, na vida, sem viver.

Dar fim à vida, para o depressivo, não é um ato extremo, apenas circunstancial.

Poderia se dizer então que, neste caso, seja uma mera covardia, um simples final de uma fuga empreendida há tempos? Não me parece tão simples assim, mesmo porque a depressão não é uma fuga voluntária, espontânea é, antes de tudo, um desequilíbrio psúquico de grandes proporções.

Partindo deste raciocínio poderia se dizer que o suicídio não é um ato de coragem - não há consciência plena - tampouco mera covardia, porquanto o suicida esta longe de sua plenitude mental.

A vida para estes, chega a um ponto insuportável que o melhor é a morte.

O desequilíbrio mental é uma fuga de um mundo caótico, criado pela mente e com grandes dificuldades em ordená-lo, aí se foge – inconscientemente – pois, segundo especialistas, a dor psicológica é mais insuportável que a dor física.

Este texto de um curioso - como eu -  tem o propósito de propor reflexão sobre este mistério -  o suicídio -,  temdo a clareza que, para chegar a uma conclusão plena, seria necessário estudar caso por caso.

Jorge Nicoli
Filho de Mamãe Oxum e
Avô do Gabriel, do Leonardo e da Letícia


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