quinta-feira, 25 de janeiro de 2018


A fonte secou *

Não sei como, nem quando, mas há um bom tempo que estancou o rio que abastecia minha inspiração. Secou o leito por onde passavam as límpidas águas que refletiam meus versos..
  
Não deixei de me apaixonar, nem me perdi das minhas eternas musas, inspiradoras de minha poesia. Meus olhos ainda brilham quando olho para teus olhos, meu coração ainda dispara quando te vejo, meus ouvidos se agitam ainda a ouvir tua voz, minha retina ainda retém tua doce imagem. Elementos indispensáveis para alimentarem minha verve poética, para me deixarem apaixonado, porém o terreno está tórrido, como a paisagem de um sertão.

Uma caatinga se formou em minh´alma e a sede de inspiração me consome como a um viajante incauto perdido no deserto. O rio secou. Imagino que alguma fada enciumada tenha construído um dique, represando a fonte de minha inspiração.

*de Monsueto e Tulio Lauar
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Jorge Nicoli


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