O Matrismo
Não vale a pena a
mulher libertar-se para imitar os padrões patristas que nos têm regido até
hoje. Ou valerá a pena, no aspecto da realização pessoal, mas não é isso que
vem modificar o mundo, que vem dar um novo rumo às sociedades, que vem
revitalizar a vida.
Ora bem, a mulher
deve seguir as suas próprias tendências culturais, que estão intimamente
ligadas ao paradigma da Grande Mãe, que é a grande reserva, a eterna reserva da
Natureza, precisamente para os impor ao mundo ou pelo menos para os introduzir
no ritmo das sociedades como uma saída indispensável para os graves problemas
que temos e que foram criados pelas racionalidades masculinas. E no paradigma
da Grande Mãe que vejo a fonte cultural da mulher; por isso lhe chamo matrismo
e não feminismo.
Natália Correia
Poetisa, nascida em Portugal em 1923
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