Inventar Uma Vida
Nada
tenho contra aquele que se devota a Deus, que faz de sua vida uma eterna
peregrinação religiosa entre missas, cultos, terços, orações. Um direito
inalienável de cada um se esmerar em
busca da salvação de sua alma. Porém, o que chama a atenção – chega a me aborrecer – é a necessidade – quase
missionária – de tentar salvar a alma do próximo, chegando a uma insistência
quase que paranoica.
Qual
a necessidade de salvar a alma do outro? Por que desta paranóia redentorista? Caridade ou piedade por aquele
que não crê? Se o outro não quer salvar
sua alma é problema dele, como é problema dele querer ir para o Inferno. Uma
opção pós-morte, da mesma forma é uma opção o Paraíso. E que se temos a ver com
isso?
Penso
que dois motivos movem estes “salvadores da alma alheia”, um é a salvação
da própria alma. Arregimenta para Deus bela quantidade
de ovelhas desgarradas, arrebatadas por seu grande esforço e estabelece
negociação com Deus, salva almas para Deus salvar a sua.
O
outro motivo é não saber lidar com sua própria vida, a dificuldade em se estar
no mundo, em existir plenamente, então prefere inventa uma vida.
Jorge Nicoli
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