Um poeta
em desconstrução
Um vazio. o corpo é tragado pelos soturnos caminhos da
escuridão, a alma se desprende e se joga ao encontro das paredes invisíveis, na
queda livre o corpo se debate e a alma se contorce, corpo e alma fendidos,
desprendidos, separados por um bisturi cósmico manuseado por Deus, tragados
pelas sombras do abismo sem fim, se tornam simples figuras de uma retórica
alucinada de um alucinado poeta que se desconstrói a cada verso. nesta
tresloucada desconstrução, se perde de si, e se agarra na verborragia inútil
para tentar sobreviver sem corpo e sem alma.
Jorge
Nicoli
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