31 de março
53 Anos de Tristes
Lembranças
A “militarização” da seleção brasileira em
1970
(até torturador havia na delegação)
Após o fracasso da seleção brasileira na Copa de 1966, na
Inglaterra, o governo militar decidiu imprimir no escrete canarinho o modelo de
organização e disciplina que desejava para o Brasil.
Pressionado pelo governo e pela oposição na Confederação Brasileira
de Desportos (CBD), o presidente João Havelange passou a nomear militares para
postos-chave dentro da seleção. Em 1968, a preparação física passou a ser
comandada por Admildo Chirol, formado na Escola de Educação Física do Exército,
auxiliado por Cláudio Coutinho e Carlos Alberto Parreira, que também tinham
histórico na instituição militar.
O tenente Raul Carlesso era encarregado de preparar os goleiros.
Já o cargo de supervisor ficava por conta do capitão José Bonetti.
Apesar disso, João Saldanha, conhecido por suas ligações com o
Partido Comunista, assumiu o comando técnico no lugar de Vicente Feola, mas não
duraria até a Copa de 1970. Para o Mundial no México, o major-brigadeiro
Jerônimo Bastos foi nomeado chefe da delegação, enquanto o chefe da segurança
era o major Roberto Ipiranga Guaranys, que integra a lista de torturadores do
regime.
Era um modo de controlar eventuais arroubos subversivos dos
jogadores e também de moldar o selecionado nacional à imagem e semelhança da
ditadura militar.
(de Memórias da Ditadura)
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