quarta-feira, 22 de março de 2017




Uma reflexão
 
Dia desses estive a pensar sobre o que é a sabedoria. Se para saber das coisas seria indispensável a cultura erudita. Ou uma coisa nada tema ver com a outra? Se pode  ser culto sem ser sábio e ser sábio distante dos livros? Talvez possam  co-existir pacificamente.

Pensando nisso, lembrei-me de uma palestra proferida por um amigo. Ele inicia a palestra evocando uma parábola – acho que árabe – sobre um barqueiro contratado para transportar, com seu barco, um homem para a outra margem.

Um homem culto que, para mostrar sua erudição, vai perguntando coisas para o barqueiro e a cada resposta negativa, afirmava que ele tinha perdido a metade de sua vida não sabendo disto ou daquilo, porém no meio da travessia, o barqueiro pergunta ao culto se ele sabia nadar, com a resposta negativa, o barqueiro diz que então ele acaba de perder a vida porque o barco iria afundar.

Ainda pensando no assunto fui buscar no filme Uma Janela para a Lua, uma cena em que o personagem simples do interior conversa com o físico que fala da genialidade de Einsten, terminando o discurso dizendo que o gênio não : sabia fritar um ovo que, para aquele simplório, era um absurdo. Para ele saber fitar um ovo é mais importante do que a Teoria da Relatividade.

Na realidade a cultura erudita serve para os que fazem uso dela, por profissão ou por simples diletantismo. Se mostrar culto só serve para preencher vácuo existencial. Sempre é bom ser notado e respeitado e a erudição proporciona isso.

Eu pouco freqüentei a escola, mas enveredei pelo caminho da cultura, até para sobreviver às minhas eternas angústias – ou para ser apenas notado - e às vezes penso, se soubesse apenas das pequenas coisas da vida, não estaria  mais próximo de mim.

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