Uma reflexão
Dia desses estive a pensar sobre o que é a sabedoria. Se para
saber das coisas seria indispensável a cultura erudita. Ou uma coisa nada tema
ver com a outra? Se pode ser culto sem ser sábio e ser sábio distante dos
livros? Talvez possam co-existir pacificamente.
Pensando nisso, lembrei-me de uma palestra proferida por um
amigo. Ele inicia a palestra evocando uma parábola – acho que árabe – sobre um
barqueiro contratado para transportar, com seu barco, um homem para a outra
margem.
Um
homem culto que, para mostrar sua erudição, vai perguntando coisas para o
barqueiro e a cada resposta negativa, afirmava que ele tinha perdido a metade
de sua vida não sabendo disto ou daquilo, porém no meio da travessia, o
barqueiro pergunta ao culto se ele sabia nadar, com a resposta negativa, o
barqueiro diz que então ele acaba de perder a vida porque o barco iria afundar.
Ainda pensando no assunto fui buscar no filme Uma Janela para a
Lua, uma cena em que o personagem simples do interior conversa com o físico que
fala da genialidade de Einsten, terminando o discurso dizendo que o gênio não :
sabia fritar um ovo que, para aquele simplório, era um absurdo. Para ele saber
fitar um ovo é mais importante do que a Teoria da Relatividade.
Na realidade a cultura erudita serve para os que fazem uso dela,
por profissão ou por simples diletantismo. Se mostrar culto só serve para
preencher vácuo existencial. Sempre é bom ser notado e respeitado e a erudição
proporciona isso.
Eu pouco freqüentei a escola, mas enveredei pelo caminho da
cultura, até para sobreviver às minhas eternas angústias – ou para ser apenas
notado - e às vezes penso, se soubesse apenas das pequenas coisas da vida, não
estaria mais próximo de mim.
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