quinta-feira, 30 de março de 2017



A Fatalidade do Não



A palavra de que eu gosto mais é não. Chega sempre um momento na nossa vida em que é necessário dizer não.

O não é a única coisa efetivamente transformadora, que nega o status quo. Aquilo que é tende sempre a instalar-se, a beneficiar injustamente de um estatuto de autoridade.

É o momento em que é necessário dizer não. A fatalidade do não - ou a nossa própria fatalidade - é que não há nenhum não que não se converta em sim. Ele é absorvido e temos que viver mais um tempo com o sim. 

José Saramago
Escritor, Nobel/1998, 
nascido em Portugal em 1922

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