A Fatalidade do Não
A palavra de que eu gosto mais é não.
Chega sempre um momento na nossa vida em que é necessário dizer não.
O não é
a única coisa efetivamente transformadora, que nega o status
quo. Aquilo que é tende sempre a instalar-se, a beneficiar injustamente de
um estatuto de autoridade.
É o momento em que é necessário dizer não.
A fatalidade do não - ou a nossa própria fatalidade - é que não há nenhum não que não se converta em sim. Ele é
absorvido e temos que viver mais um tempo com o sim.
José Saramago
José Saramago
Escritor, Nobel/1998,
nascido em Portugal em 1922
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